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O grão-tucano que escolheu Camilo
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

O grão-tucano que escolheu Camilo

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O mais importante secretário do governo Camilo Santana se afastou do PSDB para permanecer na administração petista. O gesto é emblemático do que ocorreu com a sigla tucana e do grau de petismo da administração estadual. É também mais um passo no desmonte do que sobrou do velho PSDB que governou o Ceará por duas décadas. A antiga cúpula ruiu, enquanto Tasso Jereissati tenta dar passos na construção de um novo partido. É mais difícil sem o controle da máquina do governo.

Maia Júnior já foi apontado por Tasso como um dos mais competentes quadros da gestão pública no Ceará. Foi secretário da área de obras na época dos empreendimentos que marcaram a era tucana no Estado, como Porto do Pecém, Castanhão, aeroporto - além do início da construção do Metrofor. Era o principal gestor daquilo que se tornou a marca do legado de Tasso.

Quando o hoje senador saiu do governo, indicou Maia como candidato a vice na chapa de seu sucessor, Lúcio Alcântara. Acumulou a função com a Secretaria do Planejamento. Era à época o secretário mais forte numa administração vista como fraca. E era considerado um dos homens de Tasso no governo Lúcio.

No fim de 2016, quando Camilo o convidou para o atual cargo, Maia foi até Tasso comunicar a decisão. Aliás, segundo o ex-senador Luiz Pontes (PSDB), o governador pediu ao senador que liberasse o aliado.

Há um ano e meio, Maia Júnior se equilibra na condição de membro do PSDB em um governo do PT. Ele ficou menos tucano, mas também a gestão não é lá tão petista. Esquivou-se de polêmicas e fugiu de qualquer posicionamento político-partidário. Mas a eleição está aí, seu partido tem candidato e não dá mais para administrar a situação e empurrar com a barriga. Uma escolha haveria de ser feita e a dele foi.
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O secretário do Planejamento tem uma história no PSDB, mas por óbvio se decidiu de olho no futuro em um governo que buscará a reeleição, com chances nada desprezíveis.

No auge do poder de Tasso no Ceará, ele costumava tomar as decisões mais importantes cercado por um seleto grupo de conselheiros ou operadores. Eram eles Beni Veras, Assis Machado, Byron Queiroz, Luiz Pontes e Maia. Beni e Byron morreram. Maia deixa o partido. Restam Assis e Luiz Pontes.

A solidão de Tasso ficou maior.

PRESIDENTE DO PT TEM VITÓRIA NO STF

Em julgamento que avançou pela noite de ontem, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, obteve considerável vitória na 2ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) — uma raridade e tanto para petistas acusados de corrupção.

Os cinco ministros a absolveram e ao marido, ex-ministro Paulo Bernardo, da denúncia de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ela é acusada de receber R$ 1 milhão de propina em espécie, desviados supostamente da Petrobras. O dinheiro teria sido usados na campanha dela ao Senado em 2010. O dinheiro teria sido arrecadado pelo ex-diretor da petrolífera, Paulo Roberto Costa, em esquema operado pelo doleiro Alberto Youssef.

Porém, os ministros entenderam que a denúncia não conseguiu provar que os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro foram cometidos.

GILMAR VOLTA A AJUDAR O PT

Dois ministros —o relator Edson Fachin e Celso de Mello -votaram por converter a condenação para conduta de caixa dois. Porém, prevaleceu a posição dos ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, pela absolvição total.

Toffoli e Lewandowski são os ministros cujos votos são normalmente mais associados a posições favoráveis ao PT — embora Toffoli muitas vezes tenha destoado dessa lógica. Porém, desafeto confesso dos petistas, Gilmar Mendes mais uma vez proferiu voto em favor de membros do partido. Já havia sido assim no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desta feita, seu voto foi decisivo para livrar a dirigente máxima petista de qualquer condenação.

 

Foto do Érico Firmo

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