Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
A posse de Deodato Ramalho, ontem, na presidência do PT de Fortaleza, é peça importante na definição do equilíbrio de poder no partido, nas proximidades das eleições. A rigor, no calendário do partido, não há agora mudança de mandato - nem faria sentido, nas portas da campanha. Ocorre que, na última eleição, Acrísio Sena e Deodato - com apoio da ex-prefeita Luizianne Lins - travaram disputa muito parelha. O resultado foi objeto de recurso em instâncias do partido e estabeleceu-se o impasse. A solução salomônica foi repartir o mandato ao meio. Acrísio dirigiu o partido na primeira metade. Pela primeira vez neste século, o diretório municipal saiu das mãos do grupo de Luizianne - que agora recobra a hegemonia.
O retorno dessa ala à direção do partido na Capital está longe de fazer frente ao grupo que controla a legenda no Estado. Porém, fortalece o contraponto ao governador Camilo Santana, ao seu grupo e à aliança com a família Ferreira Gomes. A ala luizianista é obviamente mais frágil hoje do que foi quando detinha a Prefeitura de Fortaleza. Ainda assim, seu fortalecimento interno é fator relevante extra a ser administrado pelo governador na iminência da busca pela reeleição.
Isso numa campanha que, se ainda não apresentou adversários competitivos, é repleta de fatores complexos, locais e nacionais, dentro da própria composição governista.
A POTÊNCIA DOS ENCONTROS
No palco, no fim da tarde e ontem, estava Elza Soares, entrevistada por jornalistas do O POVO e pelo público que foi até lá para vê-la. Na plateia, a ex-prefeita Maria Luiza Fontenele e a professora Rosa da Fonsêca. A discussão girou em torno dos espaços e lutas das mulheres - sobretudo uma mulher negra, favelada, filha de mãe lavadeira e pai operário. Difícil para mim pensar em encontro que reunisse tamanha força e tanta história.
Pode obviamente parecer que falo disso apenas por se tratar de evento promovido pelo grupo no qual trabalho, mas creio que o leitor tem a capacidade de julgar a dimensão do que narro aqui. O Festival Vida&Arte, que vai até amanhã, foi pródigo em propiciar encontros muito significativos. Pela natureza deste espaço, falo especificamente de política.
A noite de abertura, na quinta-feira, marcou o lançamento do Anuário do Ceará 2018-2019, comandado pelo colega Jocélio Leal. O espectro político presente era bem representativo da diversidade política cearense. Estavam lá dos governistas à oposição, além do grupo de Rosa e Maria, contrário à própria política. Compareceram o presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (PDT), o prefeito Roberto Cláudio (PDT), o presidente do PDT, André Figueiredo, o deputado federal Odorico Monteiro (PSB), o secretário Artur Bruno e o ex-secretário Inácio Arruda (PCdoB). Estavam ainda os oposicionistas Capitão Wagner (Pros) e Raimundo Gomes de Matos (PSDB). E, também, o secretário Maia Júnior, que deixou nesta semana o PSDB para continuar no governo do petista Camilo Santana.
Por falar no governador, o evento foi o primeiro a reunir Camilo e seu iminente adversário na próxima eleição, general Guilherme Theophilo (PSDB). Candidato recém-anunciado ao senado, o empresário Luís Eduardo Girão (Pros) era outra presença.
No evento, encontraram-se — e confraternizaram — apoiadores do governo estadual do PT e da administração federal do MDB. Puxados pelo presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira (MDB). Sérgio Sá Leitão, ministro da Cultura e recentemente envolvido em rumores sobre sua saída do cargo, derramou-se em elogios ao trabalho da administração de Camilo na Cultura e ressaltou sua boa relação com o secretário estadual Fabiano Piúba. [FOTO1]
Para além da política, a entrega do troféu Vida&Arte a notável time de homenageados, foi o grande momento da noite. Com destaque para a homenagem a Renato Aragão, que comoveu todo mundo que um dia foi criança.
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