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Campanha tucana vai de mal a pior
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Campanha tucana vai de mal a pior

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Dos pré-candidatos que pontuam acima dos 2% nas pesquisas, Geraldo Alckmin (PSDB) tem as melhores condições de infraestrutura e, também, quem mais esbarra em dificuldades. Afora, é claro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso e dificilmente concorrerá. Mas, Alckmin tem o que falta a Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), em menor grau, a Ciro Gomes (PDT). Tem o maior partido de todos esses e a maior perspectiva de alianças. Portanto, tem mais tempo de rádio e televisão. Além disso, possui capilaridade, suporte de governadores e prefeitos. E simpatia de potenciais financiadores. Todas essas são condições presentes em todas as candidaturas vencedoras desde a década de 1990. Até agora, porém, os problemas se sobrepõem às vantagens. Ontem, a lista ganhou mais um item - e nada desprezível.

 

Foi preso ontem pela operação Lava Jato Laurence Casagrande Lourenço. Trata-se de alguém umbilicalmente ligado a Alckmin e ao PSDB. Ocupou cargos públicos estaduais em São Paulo nas gestões de Mário Covas, Cláudio Lembo (então no PFL), José Serra e, claro, do próprio Alckmin. Entrou na administração há 17 anos, em 2001, e passou por seis cargos de lá para cá. A denúncia a que responde é referente ao período no qual era presidente da Dersa, estatal responsável por obras rodoviárias paulistas, e secretário de Logística e Transportes. Isso no governo de Alckmin. Atualmente, preside a Companhia Energética de São Paulo (Cesp). A suspeita envolve crimes nas obras do trecho norte do Rodoanel, com superfaturamento que chegaria a mais de R$ 600 milhões. Uma beleza.

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A complicação para o PSDB pode ser maior, pois as denúncias em torno do Rodoanel não sugerem ações isoladas, mas engendrado esquema de corrupção. Em abril, foi preso Paulo Preto, que foi diretor da Dersa no governo de José Serra, antecessor de Alckmin. Preto é apontado como operador de esquema de corrupção tucano.

 

Paulo Preto foi diretor de engenharia da Dersa no governo de José Serra (PSDB), entre 2007 e 2010. Ele foi preso pela Polícia Federal no dia 6 de abril, sob acusação de ter desviado R$ 7,7 milhões da obra do Rodoanel, o que nega.

 

Com a derrocada do governo Dilma Rousseff (PT), o PSDB seria, em tese, o mais óbvio candidato a sucedê-la. Independentemente do juízo que se faça sobre o impeachment, o fato é que a ex-presidente estava com popularidade no chão - até esse padrão ser redefinido por Michel Temer (MDB). Naquele quadro, seria de se supor que o principal opositor se daria bem.

 

Ocorre que o PSDB não traz alento de novidade, em praticamente aspecto algum. Em meio aos escândalos, está longe de ser referência de ética. Pelo contrário, é hoje seu calcanhar de Aquiles, tanto quanto para o PT. Do ponto de vista das práticas políticos, os tucanos são hoje protagonistas da mais ruidosa briga interna e do mais rasteiro jogo de bastidores na política brasileira hoje. Administrativamente, a mesma fórmula de décadas, sem respiro de novidade.

 

Mesmo com tudo isso, na condição de único grande numa disputa com pequenos, Alckmin não pode ainda ser descartado de todo. Hoje, porém, conta mais com a frágil infraestrutura dos adversários que com as próprias virtudes.

 

A VIGILÂNCIA E AS OCORRÊNCIAS

O número de câmeras de vigilância em Fortaleza cresceu 1.109% desde 2014, conforme mostrou ontem O POVO Online. Eram 116 quando Camilo Santana (PT) tomou posse e hoje são 1.403.

 

Em janeiro de 2014, o Ceará havia registrado 7,7 mil roubos e furtos. No mesmo mês deste ano, foram 9,36 mil. Aumentou 21%.

 

Por um lado, o aumento das ocorrências pode ser apontado como motivo extra para o acréscimo do número de câmeras.

 

Todavia, também se pode concluir que o incremento considerável da vigilância até agora não inibiu os crimes de roubos e furtos.

 

Foto do Érico Firmo

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