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Camilo entre pressões de PT e PDT
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Camilo entre pressões de PT e PDT

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Manchete do O POVO de ontem mostrou que decisões do PT em âmbito nacional criam dificuldades para que Camilo Santana esteja ao lado de Ciro Gomes na campanha presidencial. O Diário do Nordeste, por sua vez, noticiou que o PDT acredita que Camilo estará com Ciro. Logo se abriu discussão sobre as manchetes contraditórias. Ocorre que não são coisas necessariamente excludentes. Os jornais mostram duas realidades de uma mesma disputa, com um mesmo objetivo: a adesão do governador.

O PT, claro, não quer ver um de seus governadores na campanha adversária e isso é claro. Camilo não é o único alvo, mas é um dos principais. Ciro, por sua vez, tem em Camilo seu principal aliado num governo estadual. Mais que qualquer pedetista. Então, efetivamente, o PT trabalha contra o apoio de Camilo e Ciro. Mesmo assim, o partido do ex-governador segue acreditando.
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A saída de Camilo talvez esteja em um meio termo. Até pelas restrições eleitorais, ele não irá entrar de corpo e alma na campanha de Ciro - pelo menos no primeiro turno. Não estará, por exemplo, nos programas no horário eleitoral, pois a lei veda a participação de filiado a partido que apoia outro candidato.

Pelo histórico — vide 2016, quando o PT tinha candidato contra o pedetista Roberto Cláudio - é provável que Camilo se mantenha discreto em relação à campanha nacional, com o apoio velado seu e aberto de seus aliados a Ciro.
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Salvo São Paulo, Minas Gerais e, talvez, Rio de Janeiro, é capaz de não haver este ano outra campanha estadual com tanto peso dos componentes nacionais.

A MORTE EM ABORDAGEM POLICIAL E O TAMANHO DE CADA ERRO

Mais um terrível homicídio ocorrido numa abordagem policial levanta muitos questionamentos sobre a formação da tropa que está indo para as ruas. O contingente ainda é muito defasado e a ampliação que ocorre é mesmo necessária. Porém, a qualificação de quem está em função tão delicada é crucial.

Há contraste de versões entre policiais e familiares. Isso precisa ser investigado e esclarecido. Porém, há muitos elementos que indicam que houve erro crasso, gritante, absurdo e inaceitável dos policiais. Aquele disparo jamais deveria ter ocorrido. Não daquele modo.

O autor do disparo argumentou que pretendia acertar o pneu do carro. Porém, atingiu as costas da vítima. Que raio de pontaria é essa, afinal?

O secretário da Segurança Pública, André Costa, e o governador Camilo Santana defenderam a apuração, trataram o caso como exceção na regra e disseram que erros ocorrem em qualquer profissão. É verdade. Mas, cabe à formação aprofundada, à qualificação dos profissionais reduzir tanto quanto possível essa possibilidade. Esse ano, foram muitos os casos de pessoas atingidas por balas perdidas durante abordagens policiais. Isso é preocupante.

Toda profissão é passível de erro, mas eles são mais graves quando envolvem vida e morte. Se um padeiro erra, o pão queima. Se um marceneiro erra, o móvel sai mal feito. Mas, ninguém morre por isso.

A CULPA E A VÍTIMA

Policiais gostam de ironizar quem tenta entender as razões e circunstâncias que contribuem para alguém se tornar criminoso, voluntária ou involuntariamente. Usam sarcasticamente a expressão “vítima da sociedade”. De minha parte, se esse policial foi jogado na rua com arma na mão sem qualificação para esse tipo de abordagem, ele errou terrivelmente, cometeu um crime, merece ser punido, mas, foi também vítima de quem o colocou nessa situação.

Foto do Érico Firmo

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