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Uma cidade com a marca das chacinas
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Uma cidade com a marca das chacinas

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Fortaleza é perigosa há muito tempo e qualquer morador sabe disso. As estatísticas que colocam a cidade como triste destaque nacional e mundial são conhecidas pelo Brasil e além. Quem acompanha os números se assusta com a situação de uma Capital que há décadas deixou de merecer a fama de pacata na comparação com os maiores centros do País. Porém, para além dos relatórios, quem não é daqui dificilmente tem noção da violência na Cidade. Isso mudou desde janeiro.

A chacina das Cajazeiras, em 27 de janeiro, chocou o País. O massacre dentro de presídio em Itapajé, dois dias depois, transmitiu a mensagem de situação fora de controle. Os homicídios em série na última sexta-feira passaram a impressão de rotina. Homicídios isolados provocam comoção localizada. Por numerosos que sejam quando contabilizados em conjunto, não têm o mesmo impacto isoladamente. Já quando as execuções ocorrem como conjunto, chamam atenção do Brasil, do mundo até.

Para nossa tristeza, os assassinatos em sequência na Gentilândia já não causaram a mesma comoção Brasil e mundo afora da chacina das Cajazeiras. O motivo não se restringe ao menor número de mortos. Há a banalização. Fortaleza começa a se consolidar no imaginário de quem é daqui e de quem é de fora como local onde chacinas são recorrentes, são método pelo qual criminosos eliminam adversários ou mesmo vítimas aleatórias.

CATASTROFISMO SOBRE A PREVIDÊNCIA
“Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar” se a reforma da Previdência não fosse aprovada. O POVO desta segunda-feira discutiu o porquê de o clima ser de aparente tranquilidade nos mercados, mesmo com a desistência de fazer as mudanças. Como disse Assis Valente, “E o mundo não se acabou”.
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Há um ano atrás, não custa lembrar, o então PMDB colocava no ar campanha do mais barato e rasteiro terrorismo político. Dizia textualmente que, sem a reforma, o Bolsa Família iria acabar. “Se reforma da Previdência não sair, tchau, Bolsa Família”, simples assim. Aliás, a bolsa e os demais programas sociais, além do Financiamento Estudantil (Fies), de não haver mais novas estradas…

Bom, a reforma não saiu nem sairá neste governo. Mas, ainda sonhando com a reeleição, Michel Temer (MDB) ainda não anunciou o fim do Bolsa Família.

É fato que será necessário fazer mudanças no modelo de aposentadorias. Mas, pode ser mais gradual, sem mexer tanto com regras estabelecidas. Aliás, o meio econômico tem horror à ideia de descumprir contratos, salvo se for contrato de trabalho. Nesse caso, pode achincalhar à vontade.

A REFORMA DO FUTURO
O relator da finada reforma da Previdência, deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), afirmou que o próximo governo terá de fazer reforma “mais dura e mais profunda”. Talvez sim, talvez não.

Para um parlamentar eleito pelo voto direto, seria adequado esperar para saber quem será eleito presidente, com qual programa político. E, sobretudo, ver qual Congresso Nacional será eleito.

Antes de se saber o que será feito no próximo governo, não é ainda descartável saber o que pensa e o que decidirá o eleitor. Ainda não virou item descartável numa democracia. Ou sim?

Para ler sobre o discurso do relator, acesse este link: bit.ly/previd09

ACHEI POUCO
Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra que 44% dos brasileiros estão pessimistas com a próxima eleição presidencial.

Os demais devem estar mal informados.
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