Logo O POVO+
Palanque de Camilo pode ter três candidatos ao senado
Foto de Érico Firmo
clique para exibir bio do colunista

Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Palanque de Camilo pode ter três candidatos ao senado

NULL (Foto: )
Foto: NULL


Presidente estadual do PDT, o deputado federal André Figueiredo saia na tarde de ontem do gabinete do governador. Na antessala de Camilo Santana (PT), a coluna o questionou sobre a aliança com o senador Eunício Oliveira (MDB). “Ainda muita água vai rolar”. Ele destacou que a prioridade para o partido é a reeleição do governador e a candidatura de Ciro Gomes (PDT) a presidente da República. A seguir, foi bastante assertivo sobre a maior pendência na chapa: “O PDT não vota em Eunício Oliveira”, falou em tom que soou definitivo.

Ciro já havia afirmado ao O POVO que a aliança com o MDB no Ceará teria de ser submetida ao comando nacional. “Nós do PDT temos tradição de respeitar a autonomia das instâncias locais. Entretanto, nós aprovamos, para valer para o País inteiro, uma resolução em que, se a coligação tiver de se explicar, tiver contradição, tipo essa, o assunto tem de ser levado para a executiva nacional para exame e deliberação. Portanto, será um diálogo entre a sessão local, que é presidida pelo deputado André Figueiredo, e o diretório nacional”, afirmou Ciro, em entrevista que O POVO publicou na última quarta-feira. (Leia neste link: bit.ly/cirofala2).

Protagonista dos bate-bocas mais virulentos com Eunício, Ciro afirmou, na mesma entrevista, que a relação antes conflituosa “distensionou bastante”. E acrescentou: “Não serei eu a criar um obstáculo”. O problema, porém, tem vindo da cúpula nacional.

Na semana passada, O POVO já havia mostrado que o presidente nacional Carlos Lupi é contra o acordo eleitoral com Eunício. “A gente está acusando, denunciando, como a gente vai estar junto (do MDB)?”, questionou, levando em consideração a situação nacional. Ele defendeu duas candidaturas pedetistas a senador no Ceará: Cid Gomes e André Figueiredo.

Na conversa ontem, Figueiredo deu a senha do caminho que se desenha: Camilo pode até apoiar Eunício - e tudo caminha para isso acontecer. Porém, o PDT pode não compor a aliança com o MDB. É possível que a base camilista tenha aliança com Cid Gomes, Eunício e André Figueiredo. Serão duas vagas em disputa.

O PESO DO PDT

Não deixa de ser curioso que o PDT tenha resistência a se aliar ao MDB - o “partido do golpe” - e o PT não tenha. Camilo é evasivo sobre qual a influência o eventual veto do PDT pode ter à aliança com Eunício. Indaguei se o partido da família Ferreira Gomes teria poder de veto à aliança. “Nós vamos tratar no momento certo”, disse, rindo em seguida.

O governador indicou a aliança como tendência. “É natural que haja aproximação cada vez maior”. Entretanto, ele ressaltou que a decisão não é só dele. “Não depende simplesmente só do governador. A questão está sendo discutida com lideranças, com partidos da base. Isso deverá ser consolidado, ampliada a discussão até os prazos legais para as coligações”.

Complicador extra é o cenário nacional. Camilo é do PT, que deve ter candidato a presidente. O PDT, por sua vez, tem Ciro na disputa. Eunício tem declarado apoio a Lula, que nem se sabe se concorrerá. Camilo se equilibra entre as contradições de sua base de apoio.

A entrevista completa com Camilo, na qual fala desse e de outros assuntos, sai no O POVO desta segunda-feira.
[FOTO1]

O LADO DE EUNÍCIO

Camilo e Roberto Cláudio precisam muitos mais de Eunício como presidente do Senado que como aliado eleitoral. Eunício, por sua vez, precisa da aliança e tem a prerrogativa do cargo como trunfo para negociar a reaproximação. Ele tem trazido resultados concretos para Prefeitura e Governo do Estado: liberação de recursos, abertura de portas,m viabilização de pleitos. Ele usa isso para a aproximação e tenta costurar aliança eleitoral.

Se a aliança não vigar, o senador se complica. Ele tem assumido a defesa de Camilo e comprado briga com a oposição. O emedebista trilhou caminho de difícil retorno. Mas ainda pode encontrar a porta fechada.

 

Foto do Érico Firmo

É análise política que você procura? Veio ao lugar certo. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?