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Já tem aliado que prefere deixar reforma para 2019
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Já tem aliado que prefere deixar reforma para 2019

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Faltam duas semanas, com um Carnaval no meio, para o prazo que o governo Michel Temer (MDB) fixou para votar a reforma da Previdência. É possível que haja uma grande ofensiva e o Palácio do Planalto consiga muitos votos. Não parece provável. A impressão é de que pouco, quase nada mudou desde dezembro. Faltavam muitos votos e ainda faltam. Os argumentos de convencimento ortodoxo já acabaram faz tempo. Mas esses não são a principal arma do governo.

O Planalto quer votar a proposta, mas os sinais que vêm do Congresso Nacional vão na direção contrária. Rodrigo Maia (DEM-RJ) dá indicações de estar disposto a deixar o assunto para o próximo presidente. Já afirmou que o prazo-limite é fevereiro. O relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), também defendeu que o assunto seja votado este mês ou retirado de pauta.

Adiamentos já houve diversos. A proposta foi apresentada no fim de 2016, com previsão de votação para março de 2017. Ficou para abril, e não saiu. Em maio, a delação de Joesley Batista atropelou tudo. No recesso de julho, o vice-líder do governo, Beto Mansur (PRB-SP), propôs novo calendário: “Temos de votar a reforma da Previdência entre agosto e setembro ou não dá mais tempo”. Agosto e setembro, no caso, era do ano passado. Logo que Temer se livrou da primeira denúncia de Rodrigo Janot, apontou-se perspectiva de aprovar a reforma em outubro. Depois, novembro. Finalmente, a votação foi marcada para a primeira semana de dezembro. Jogada para segunda semana e depois para a seguinte. Sem votos, o governo jogou para este mês.

Em julho do ano passado, Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, fixou o que seria prazo limite: “O que temos que ter no horizonte é que devemos votar o que se trata de reforma, no máximo, no máximo, até 31 de março do ano que vem (2018). Abril do ano que vem em diante, nós não vamos mais conseguir aprovar matérias que exijam quórum qualificado porque a campanha estará na rua”.
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A data de Padilha dá alguma margem para o governo, mas se trata de pouco tempo para resolver o assunto na Câmara e no Senado. Os deputados estão tomando muito tempo, e os senadores não costumam ter disposição para engolir qualquer prato feito. O governo conseguiu avançar muito entre novembro e dezembro, mas houve desmobilização com o recesso.

O governo vai tentar votar. Caso não consiga, tenta ao menos demonstrar ao mercado que fez tudo possível para emplacar a reforma. Não sei se será o bastante.

QUESTÃO DE PODER E POSSE

No primeiro dia do ano, Stefhani Brito Cruz foi assassinada. O principal suspeito é um ex-companheiro. Tudo indica que o episódio envolveu ciúmes. Eles haviam terminado o relacio-namento havia meses. Ele fez tentativas de saber com quem ela estava na noite de Réveillon.

No primeiro dia de fevereiro, Cícera Carla de Almeida foi assassinada pelo marido. Ela pediu divórcio e ele não aceitou. Por não admitir ficar sem a mulher, preferiu matá-la.

São dois episódios terríveis e, se for puxar, a lista não acaba nunca. Homens que tratam as mulheres como se propriedade fossem. Relações que, acima de qualquer afeto, são de poder, dominação, controle. Sobre a vida da parceira e até sobre a morte.

IDEIAS

A última pesquisa Datafolha traz dado muito interessante. Em determinada pergunta, 53% dos entrevistados responderam que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser preso. Em outra pergunta, 51% das pessoas disseram que Lula não deveria ser candidato.

O que me chama atenção é que mais gente quer que ele seja preso do que pretende que ele não seja candidato. Ou seja: tem quem ache que Lula deve ser preso, mas mesmo assim pode concorrer.

Aliás, o PT tem defendido a candidatura dele, mesmo eventualmente encarcerado.

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