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Como a emoção do gol se espalha pelo corpo!

2018-07-02 01:30:00

Você sabia que o momento máximo do futebol, um esporte de emoções súbitas, desafia o bem-estar dos torcedores apaixonados? Suponhamos, para os 45 do segundo tempo, um zero a zero entre Brasil e México nesta segunda-feira de oitavas de final na Copa do Mundo. Mas eis que, nas rebarbas de jogo concedidas pelo juiz, num voleio espetacular de Neymar, a bola iria para fora, mas num chute certeiro é gol do Brasil. A cena ataca o olho, que repassa para o cérebro. O sistema límbico amacia e aciona o hipotálamo, os neurotransmissores serotonina e endorfina fazem o meio de campo, e logo cortisol, dopamina e adrenalina se lançam na corrente sanguínea. Os hormônios pegam de surpresa o coração, que sacode em comemoração. Vai variar de torcedor para torcedor, mas é mais ou menos assim que corpos brasileiros recebem um gol da Seleção. 

 

Do ponto de vista fisiológico, acontece uma descarga de hormônios, principalmente a adrenalina. Aumenta a frequência do batimento cardíaco de uma hora para outra e, ao menos até certo momento, vai aumentar também a pressão arterial.

 

A biologia do gol:

 

1. As imagens chegam pelos olhos que repassam para o cérebro

 

2. O sistema límbico aciona o hipotálamo

 

3. Neurotransmissores percorrem a medula espinhal

4. Os hormônios chegam a corrente sanguínea e ao coração, que explode em festa!

 

Comemoração saudável

 

No dia em que os laranjas foram eliminados da Eurocopa de 1996, aumentaram em 50% as mortes por derrame e infarto agudo do miocárdio entre homens holandeses com mais de 45 anos, segundo pesquisa que comparou os casos daquela data com o mesmo período em 1995 e 1997. Os pênaltis de Inglaterra X Argentina, na Copa de 1998, coincidiram com um aumento de 25% nas internações por infarto em hospitais britânicos.

 

Um estudo realizado na região de Munique durante a Copa de 2006 e publicado na revista New England of Medicine mostrou que o risco de ataque cardíaco ou arritmia grave mais que duplicou entre os alemães em jogos emocionantes que envolviam a equipe daquele país.

 

Emergências cardíacas, infarto e crises de hipertensão chegam a aumentar em torno de 16% nos jogos da seleção brasileira. O levantamento feito pela Universidade de São Paulo (USP), com dados recolhidos do SUS entre 1998 e 2010, vem para reforçar a necessidade de medidas preventivas para a saúde dos torcedores que têm histórico de doença cardiovascular e durante o campeonato mundial irão passar por momentos de estresse e fortes emoções coletivas. Outro estudo recente, do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina avaliou o comportamento de 17 pacientes em 2012, quando um grupo de pessoas assistia a uma partida do time de futebol pelo qual torce, comparando com outro grupo que assistia a um filme de comédia. Durante o episódio dos jogos acontece uma descarga de adrenalina, a frequência cardíaca e o número de batimentos aumenta, e a pressão arterial sobe. Bem diferente do que observamos quando assistimos a cenas relaxantes, quando a pressão e o número de batimentos caem.

 

Para manter a comemoração ou a frustração entre limites saudáveis,  siga algumas recomendações:

 

- Ter uma boa noite de sono, não exagerar na comida, evitar ingestão abusiva de álcool, não fumar ou usar drogas, além de seguir a prescrição se estiver usando remédios. Em adição, terapia comportamental antiestresse também pode ser considerada.

 

Nem todo alento tem fim trágico. A ansiedade do torcedor treina a respiração e o coração. A vitória classifica substâncias como serotonina e dopamina, e assim passamos de fase com prazer e mais felizes. Que venham as quartas, portanto!

 

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