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A dieta que pode combater o Alzheimer

2018-02-05 01:30:00
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Se alguém dissesse que comer castanha-do-pará, folhas verdes, “berries” (frutas vermelhas, especialmente o mirtilo), feijões, grãos integrais, peixes, aves, azeite e vinho, no dia a dia, é suficiente para prevenir o Alzheimer, você acreditaria? Embora não seja a resposta definitiva para evitar a doença, esses alimentos são um bom caminho a ser investigado na prevenção e redução do declínio cognitivo provocado pela patologia, afirma a nutricionista Mirella Costa, da Clínica Somnis.

A ideia é ingerir diariamente ao menos três porções de grãos integrais, uma de salada verde e uma de outro vegetal, uma de feijão e uma taça de vinho.

Entre as refeições, os lanches podem ser feitos com oleaginosas. Duas vezes por semana é bom incluir aves e “berries”, enquanto os peixes devem aparecer, no mínimo, uma vez por semana. Nesta lista também entram aqueles alimentos nem tão amigáveis assim – que não são proibidos, mas devem ser consumidos com moderação. Entre os itens estão: carne vermelha, manteiga e margarina, queijo, doces e frituras. Eles devem ser ingeridos menos de uma vez por semana.

Como é simples e não exige muita rigidez, o cardápio pode ser colocado em prática com facilidade, garantindo, assim, a saúde do cérebro, orienta a nutricionista.

A resposta está na composição desses alimentos (amigos do cérebro), ricos em antioxidantes. A atividade de enzimas antioxidantes no cérebro não é muito alta, então, precisa sempre ser suprida para garantir que haja menos oxidação. Com isso, os antioxidantes poderiam beneficiar os pacientes com Alzheimer, explica Mirella Costa, que complementa ainda não ser de hoje que a prevenção da doença passa pelo prato.

Essa é a teoria da Dieta Mind, a dieta é um híbrido das já conhecidas Mediterrânea e DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension, ou abordagens dietéticas para parar a hipertensão). Reconhecidas por melhorar as condições cardiovasculares, elas também demonstraram proteger contra a demência.

Enquanto não existe um remédio para combater o Alzheimer, alguns pesquisadores defendem que a abordagem nutricional pode ser uma poderosa arma contra os seus efeitos. De acordo com a neurologista vascular Laurel J. Cherian, professora de Ciências Neurológicas do Centro Médico da Universidade Rush , nutrientes como folato, vitamina E, ômega-3, carotenoides e flavonoides estão associados com taxas menores de declínio da cognição, ao mesmo tempo em que gorduras saturada e hidrogenada (como margarina) estão fortemente ligadas à demência. A principal idealizadora da dieta Mind, a epidemiologista nutricional Martha Clare Morris, afirma que, para se proteger contra o Alzheimer, o ideal é adotar essa dieta por toda a vida. “Quanto mais tempo uma pessoa consome a dieta, menor risco terá de desenvolver o mal. Assim como no caso de outros hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos, você se manterá mais saudável se estiver fazendo a coisa certa por mais tempo”.   

Por José Meudo Filho

josemeudo@gmail.com

 

Gabrielle Zaranza

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