O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) empossa hoje em Brasília os novos diretores do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Permanece fora da "trinca" o Banco do Nordeste (BNB), principal órgão federal com sede em Fortaleza e que ainda segue com futuro incerto na nova administração. Até agora, nada foi definido sobre o próximo dirigente do BNB.
A preço de hoje, a disputa estaria entre três principais nomes: o atual presidente do órgão e indicado de Michel Temer (MDB), Romildo Rolim; o ex-presidente do banco ligado a Eunício Oliveira (MDB), Marcos Holanda; e o diretor do Grupo M. Dias Branco, Geraldo Luciano. Correriam por fora ainda Eduardo Diogo, ex-secretário de Planejamento do Ceará, e o empresário Igor Lucena, filho do ex-vice-prefeito Gaudêncio Lucena.
Não há, no entanto, qualquer sinalização oficial sobre o futuro da vaga, nem ao menos sobre como seguirá o funcionamento do banco para além dos embates por espaços na máquina pública. Em discurso de posse em 2 de janeiro, o ministro da Economia Paulo Guedes destacou projeto em reforçar a concessão de microcrédito pela Caixa Econômica Federal. Se confirmada, a opção é má notícia para o BNB, hoje referência nacional na área.
A sinalização levanta a dúvida sobre qual será, de fato, o papel do banco no governo Jair Bolsonaro. Perdendo espaço no microcrédito para a Caixa, o BNB ganharia novo peso em outros setores do sistema bancário, ou seria simplesmente esvaziado? Discutida na campanha, a fusão do órgão com outro banco, provavelmente o BNDES, pode voltar à pauta? São questões que devem ser definidas nos próximos dias.
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Camilo e Bolsonaro
Na posse deste ano, o secretário Élcio Batista (Casa Civil) revelou a jornalistas interesse do novo governo Camilo Santana (PT) em criar uma assessoria específica para mediar relações entre o Palácio da Abolição e o governo Jair Bolsonaro (PSL). Na vaga, alguém mais próximo politicamente do presidente, mas que ainda tivesse interlocução com o governo local. Questionado durante a posse, no entanto, Camilo afirmou que faria o diálogo ele mesmo, procurando pessoalmente o Planalto, "como já acontecia com Michel Temer".
A esperança do governador era, de certo, de que as questões políticas ficassem em segundo plano diante das necessidades da população. A prática, no entanto, se mostrou diferente. Logo no primeiro "diálogo", Bolsonaro e o vice, general Mourão, aproveitaram toda oportunidade que tiveram para atacar Camilo e seu partido, o PT. E ambos mostraram, pelo andar da carruagem, pouca intenção de mudar a estratégia para encontros futuros.
Talvez seja melhor voltar o plano do assessor de relacionamento.
Capitão em alta
Em meio ao festival de horrores que vem sendo a repercussão da mais recente onda de violência no Estado, uma boa notícia vem pela reação demonstrada até agora pelo deputado federal eleito Capitão Wagner (Pros).
Opositor dos mais ferrenhos a Camilo no Estado, o parlamentar tem deixado as divergências de lado e cobrado união de governos e bancadas em prol da resolução do conflito. Atitude louvável - e rara.
Intervenção?
Defendida por alguns setores da oposição, a perspectiva de uma intervenção federal para o combate à crise de violência no Ceará parece hoje alternativa muito pouco viável. Por uma questão bastante prática: caso aprovada uma intervenção, ficam proibidas de tramitar propostas emendas à Constituição no Congresso. Com várias reformas e alterações no texto constitucional em vista, o Planalto dificilmente compraria a decisão.
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