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Camilo e Eunício: Aliados, mas nem tanto
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O jornalista Carlos Mazza já foi repórter de Política, repórter investigativo, coordenou o núcleo de jornalismo de dados do O POVO e atualmente é colunista de Política

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Camilo e Eunício: Aliados, mas nem tanto

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Se entre os líderes tudo corria bem e a união parecia inabalável, mapa de disputas pelo Interior do Ceará já apontava possíveis problemas na reaproximação entre Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (MDB) para a eleição deste ano. Em diversos municípios do Estado, eunicistas que disputaram vagas no Legislativo foram a maior "pedra no sapato" de candidatos da base aliada, em competição mais acirrada do que com outros nomes lançados pela oposição.

 

São vários os exemplos nesse sentido. Um dos mais claros ocorreu em Acopiara, terra natal e reduto histórico do candidato Dr. Sarto (PDT), um dos principais articuladores da base aliada. Mesmo com a união entre Camilo e Eunício selada, o sobrinho do emedebista, Danniel Oliveira (MDB), marcou presença com lideranças da oposição no município e tirou quase 7,5 mil votos. Já Sarto, que segurou linha de defesa do governo, acabou derrotado lá com 6 mil votos.

 

Em Iguatu, outra rivalidade histórica acabou falando mais alto do que a costura entre o líder do MDB e o governo, culminando em disputa acirrada entre Agenor Neto (MDB) e Marcos Sobreira (PDT) no reduto. Aqui, mais uma vez eunicistas saíram melhor, com Agenor tirando 19,8 mil votos e Sobreira 17,6 mil. Resta agora saber o quanto a fatura pelas disputas locais será cobrada por pedetistas ao governo Camilo.

 

Em outras regiões, disputa ocorreu inclusive entre membros do mesmo partido. Nos municípios no entorno de Granja, por exemplo, foi acirrada disputa entre os pedetistas Romeu Aldigueri e Sérgio Aguiar. Na própria Granja, Romeu tirou 16,1 mil votos e Aguiar 7,6 mil. Em Itapipoca, o líder do governo Camilo, Evandro Leitão (PDT), tirou votos do já estabelecido Antônio Granja (PDT), em placar que terminou em 15,2 mil para Leitão contra 7,5 mil do correligionário.

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Quem sai na frente pela AL

 

Revelado o resultados das urnas no Ceará, já foi dada a largada na próxima disputa mais importante do Estado, pelo comando da Assembleia Legislativa. Como permanece consenso de que o candidato vitorioso deve sair do PDT (maior sigla com quase um terço das vagas na Casa), pelo menos três nomes da sigla já se colocam internamente na disputa: Sérgio Aguiar, Zezinho Albuquerque e Dr. Sarto.

 

Hoje no comando da Casa pelo terceiro mandato seguido, Zezinho anunciou  intenção de disputar pela quarta vez, logo na volta dos trabalhos na Assembleia, na última terça-feira. Do lado dele, está hoje o perfeito alinhamento entre o deputado e o grupo dos irmãos Ferreira Gomes no Estado.

 

A candidatura, no entanto, esbarrou no resultado eleitoral deste ano. Saindo das urnas como 7º deputado mais votado pelo partido, Zezinho perdeu espaço principalmente para Sérgio Aguiar, hoje segundo deputado mais votado pelo partido e terceiro mais votado do Ceará. Candidato que já tentou tomar presidência de Zezinho na última eleição da Casa, Aguiar "engoliu" a derrota e se recompôs com a base do governo e com o PDT, na esperança de ganhar apoio para uma nova tentativa.

 

A questão, no entanto, ainda esbarra em uma candidatura de Sarto, que há anos atua como um dos principais articuladores da base aliada na Assembleia. Há vários mandatos, o deputado tem retirado uma possível candidatura à Presidência da Casa em prol de arranjos internos do partido. Resta saber se neste ano assim o fará de novo.

 

A chance de dar zebra

 

Em 2010, disputa acirrada entre Zezinho Albuquerque e Wellington Landim pela presidência da Assembleia acabou fazendo a posição cair no colo do até então ilustre desconhecido Roberto Cláudio (PDT). Neste ano, o deputado eleito com apoio do hoje prefeito, Queiroz Filho, chega à Casa como nome mais votado do PDT e dono de grande prestígio entre lideranças próximas da gestão de Fortaleza. Resta saber se, diante do impasse, Queiroz terá a mesma sorte do padrinho político.

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