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Alan Neto: E se não existisse
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

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Alan Neto: E se não existisse

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- IGUAL ao nosso Campeonato Estadual não há em todo o Brasil. Ele é o mais diferenciado de todos quantos existem por aí afora. Pra começo de história, enquanto todas as equipes ainda arrumam seus elencos, contratam reforços, despacham os que não são mais úteis e o ano ainda boceja, eis que o nosso Estadual fará sua bola rolar oficialmente a partir de hoje.

- CONTANDO assim não tem quem acredite. Mas é verdade. Ele é surreal, beirando o estapafúrdio. Ninguém ousaria copiar fórmula idêntica por aí afora até porque única. Mas se é assim que os clubes querem, aprovados por um conselho arbitral de cartas previamente marcadas que seja feito e cumprido.

- PRA começar ele é realizado em forma de fatias. Na primeira, a turma do baixo clero (oito ao todo) se trucidam com tênue duração de um mês sabendo que antes do final de janeiro dois deles estarão sumariamente despachados da competição. Ficarão desempregados durante 11 longos meses.

- CEARÁ e Fortaleza assistem ao espetáculo circense de camarote. Só entrarão em campo a partir de fevereiro. Alegam que estão em período de pré-temporada determinada por lei. Cumpra-se a lei. Só não vale pra raia miúda. Ainda assim o nosso campeonato sobrevive às intempéries do tempo de teimoso que é. Não está longe o dia em que se acabará de vez. Este final está logo ali, dobrando a esquina.

- BEM ou mal é nesta carruagem sacolejante que os clubes cearenses elaboram suas competições. Autor da ideia trata-se de um gênio do mal. Aliás, o futebol cearense é uma floresta deles.

- CABE razão ao plebeu da Umarizeiras das Lages ao criar o bordão - se o futebol cearense não existisse tinha que ser inventado...

TANTAS CURIOSIDADES...

- SE o Estadual em seu modelo é uma gerigonça, ele o é também recheado de tantas curiosidades que tanto podem fazer rir, quanto chorar. Querem ver?

(1) - É A segunda vez que Ceará e Fortaleza ficam de fora da primeira fase do Estadual. Primeira em 2013, quando a Copa do Nordeste foi retomada.

(2)- TEM um consolo lá adiante. Vamos a ele. Uma das vagas para a Copa do Brasil de 2020 - que virou uma pantomima só - o Estadual oferece, será ofertada ao líder da primeira fase. Sim, esta agora que só tem um mês de duração. Não será surpresa se o Ferroviário abiscoitar mais uma vez a prenda.

(3) - FUTEBOL pobre e de pires na mão é assim. Para que Ceará e Fortaleza não jogassem a primeira fase, o baixo clero pediu R$ 150 mil de bônus pra ratear entre eles.

(4) - DISTRIBUIÇÃO das cotas assim delineadas pela televisão aberta: R$ 600 mil pra Fortaleza e Ceará, Ferroviário R$ 180 mil e os demais R$ 75 mil.

(5) - NÃO haverá televisão fechada posto que o Esporte Interativo papoucou com linha e tudo.

(6) - COMO entrarão na segunda fase, ou seja, na parte do filé, Fortaleza e Ceará, disputarão apenas 11 jogos pra serem campeões. Os demais - incluso o Ferrão - entrarão em campo 18 vezes.

(7) - PARA registro histórico, e aos que adoram curiosidades, é o Campeonato de número 99, beirando o centenário. Que maravilha!

(8) - NO clássico maior (Ceará x Fortaleza) o mando será da FCF. Motivo? Como os jogos serão apenas de ida, o outro clássico ficará sem volta.

(9) - OUTRA curiosidade pra quem gosta de saber a idade de jogador. Magno Alves (Floresta) será o jogador mais velho em ação, fará 43 anos. Pretende chegar aos 50 batendo recorde mundial. Não duvidem...

EM PICADINHOS...

- SE É que o Estatuto dos Torcedor ainda existe, estabelece em um dos seus itens que as competições são obrigadas a repetir os modelos por dois anos seguidos. O daqui todo ano é mudado. Ninguém chia, não grita, nem protesta.

- SE alguém quiser rasgar em picadinhos este tal de Estatuto do Torcedor, sintam-se à vontade.

"TÁ FALANDO COM ELE..."

SÉRGIO Pinheiro, do primeiro time da nossa crônica esportiva, fez ontem a sua viagem definitiva. Comentar como ele, haviam poucos. Discorrer o que acontecia numa partida de futebol, era aí que fazia toda diferença. Sucessor do também inesquecível Paulino Rocha, era cópia (quase) fiel até na rouquidão e nos bordões. Dele sentiremos muita falta. Pela figura humana admirável que era. Espécime tão rara nos dias de hoje.

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