- CONTANTO fosse dar uma satisfação à torcida do Fortaleza, ouriçada com tantas derrotas sofridas, querendo satisfações de alguém, preferivelmente do técnico Rogério Ceni. Marcelo Paz, presidente tricolor, trouxe a responsabilidade para seu redil. Quantas coletivas o Paz já deu? Perdidas as contas. Diferente do seu colega alvinegro, Robinson de Castro, que dos holofotes foge como o vampiro da cruz.

 

FORO ÍNTIMO

 

- POR SE tratar de coletiva de foro íntimo, ou seja, maioria dos setoristas do clube, Paz ficou mais à vontade para responder as perguntas, quase sempre óbvias. Em jornalismo é elementar perguntas óbvias, respostas igualmente óbvias. Diferente, por exemplo, se ele enfrentasse a Cadeira Elétrica do meu Trem Bala da TVC. Mas aí, nem pensar.

 

BALAIO DE GATOS

 

- ATÉ onde Paz foi exigido deu as explicações. Dentre as quais não há crise financeira; há crise de resultados. Clube está em dia com seus jogadores; não deve nada a ninguém. Levou até dois deles para ratificarem. Mandou brasa nas redes sociais. Em vão. Elas ficarão para sempre. Para o bem, para o mal, para as fofocas e para as mentiras. Rede social é um balaio de gatos onde cabe tudo.

 

PÉ DE ESPERA

 

- EXPLICAÇÕES dadas, questionamentos superficiais, foi dito o que era para dizer, panos mornos. Ficará esperando o que está por vir, quer dizer, próximos resultados. Deles dependerá como a torcida se comportará. Por enquanto está naquela do "pé de cá te espero".

 

FALTOU O PRINCIPAL

 

- NADA contra Marcelo Paz ter se apresentado para dar entrevista. A prerrogativa é dele como presidente. Mas quem deveria estar no seu lugar era o técnico Rogério Ceni, afinal, o responsável pela campanha do Fortaleza na Série B. Time já esteve em céu de brigadeiro, de repente, e inexplicavelmente, entrou em turbulência.

 

QUEDA LIVRE

 

- NÃO há explicação que convença para essa queda livre. Tem justificativa? Se tem, e deve, caberia ao técnico desfiá-la. Mas cadê que Ceni, o blindado, concede coletiva às emissoras, jornais ou televisões da terra? Abre exceções após os jogos. Mas aí cumpre o que a CBF determina. Ainda assim faz cera de quase meio tempo de jogo. Quem quiser que o aguarde. Quem não quiser pode se mandar.

 

RECHEIOS DO BOLO

 

- DETALHE. Presença de dois atletas (goleiro Boeck, com quem a torcida está no pé e o inodoro meia Marlon) apenas preencheram o recheio do bolo. Que jogador no mundo, ali, ao lado do presidente iria falar em crise financeira? Fortaleza na verdade não está, mas que há algo além no ar das andorinhas do Pici, podem ter certeza que há. Mas aí só ressuscitando o Sherlock Holmes...

 

SENTINDO O GOSTO

 

- E O Ceará, hein! Passou exatas 52 horas respirando o ar saudável fora do rebaixamento. De repente, atravessou na sua vida a Chapecoense e fez o que ninguém esperava venceu o poderoso Internacional. Só que dentro da Arena Condá, em casa. Ao Ceará restou apenas sentir o gosto. Pra logo depois voltar respirar, argh!, o ar contaminado da maldita Z-4.

 

SALTO TRÍPLICE

 

- REPAREM, agora, para o efeito triplo da derrota do Inter para a Chapecoense. Ele, Colorado, foi desbancado da liderança do Brasileirão. Meu São Paulo agradece. Chapecoense saiu da Z-4, ocupando o lugar do Ceará. E o Alvinegro, por conta de tudo isso, voltou ao lugar onde fixou residência em 95% da Série A. Se vai continuar lá, quem há de saber? Só o tempo.

 

CEARÁ: OS MOTIVOS DA REAÇÃO NO BRASILEIRÃO | NA PRANCHETA #32

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