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"Poucas pessoas sabem"
Ciência e Saúde

"Poucas pessoas sabem"

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Tipo Notícia

A violência obstétrica "é uma questão complexa porque quem está lá dentro não vai falar mal, denunciar. É uma violência que poucas pessoas sabem", reflete Jeritza Braga, supervisora do Núcleo de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Nudem/MPCE). "E como a pessoa não conhece, não busca ajuda", relaciona.

Jeritza relata um "depoimento muito forte" de uma cunhada que sofreu uma episiotomia (corte na região do períneo), durante o parto normal, que a deixou com uma lesão: "Ela amamentava em pé". Houve infecção, "vieram os antibióticos e ela não pode mais amamentar", completa. Jeritza orienta denunciar os casos de violência obstétrica logo que for possível "sair de casa com mais facilidade". Prontuários, fotografias e testemunhas são provas importantes, apontam as fontes desta reportagem.

Mas é sempre melhor prevenir. "Esse processo de tomada de consciência e empoderamento da violência é preferível que aconteça bem antes da mulher resolver gestar", considera Geísa Santana, doula e estudante de medicina. Ter ciência do corpo é obter certa autonomia. Do outro lado, os profissionais devem refazer "esse caminho sobre a nossa relação com os nossos pacientes, especialmente, com as mulheres", propõe Geísa. "São papéis diferentes, mas que têm que dialogar", conclui.

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