Mas porque é tão difícil para as escolas terem acesso a equipamentos já tão difundidos tecnologicamente? Kits de robótica que podem custar R$ 50, protótipos de projetos interativos que, em baixa escala de produção, já custariam R$ 400. A solução pode estar em um diálogo maior entre o que é produzido na academia e as empresas do setor privado. "O protótipo é uma solução que prova um conceito. O problema é como pegar essa prova e transformá-la num produto", destaca o presidente da Comissão Especial de Informática na Educação da Sociedade Brasileira de Educação (SBE), Sérgio Crespo.
Ele explica que é preciso encontrar micro empresas que incorporem a tecnologia criada e, a partir daí, o produto entre em uma cadeia de produção, com melhor finalização e preço mais baixo. "E talvez até com um pouco mais de qualidade, porque você terá pessoas capacitadas para trabalhar só com aquele produto", ressalta Sérgio. Um desses protótipos é um mapa tátil, que pode ensinar geografia para alunos com visão subnormal ou cegos. Ao tocar determinada região, o estudante a sentiria, o relevo, a densidade, e receberia informações específicas em áudio.
"A proposta é ampliar a utilidade desses mapas, utilizando a computação. A visão de mundo chega pelos cinco sentidos e, na falta da visão, os neurocientistas já comprovaram que o tato e audição devem ser estimulados. O carro-chefe da nossa pesquisa é fazer a união desses sentidos de forma simultânea", detalha um dos pesquisadores que produziu o mapa, Elias Silva Júnior, do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense. Ele destaca ainda a autonomia que o mapa fornece ao aluno, que pode acessá-lo quantas vezes queira.
Sara Oliveira