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Como a tecnologia pode chegar à escola?
Ciência e Saúde

Como a tecnologia pode chegar à escola?

| DEMOCRATIZAÇÃO | Fazer com que a tecnologia alcance o ensino da maioria das escolas ainda é um desafio de investimento
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O Ministério da Educação (MEC) regulamentou, no final do ano passado, o Programa de Inovação Conectada, que pretende universalizar o acesso à internet de alta velocidade nas escolas e a formação de professores para as práticas pedagógicas mediadas pela tecnologia. Enquanto as ações não chegam a todas as escolas, algumas parcerias têm conseguido levar mudança à forma de ensino na escola pública.

 

A Escola de Tempo Integral Nossa Senhora de Fátima, no bairro Álvaro Weyne, em Fortaleza, ganhou do Google, em 2017, um laboratório com computadores modernos, impressora 3D e lousa digital. "Os computadores não possuem HD, só trabalhamos em nuvem, no Google Drive. O Google capacitou todo mundo para usar as ferramentas, como a classroom", conta a diretora da escola, Tânea Lúcia Cardoso Soares. Hoje, todas as turmas, de todas as séries, têm aulas na sala digital.

 

As provas são online, muitos alunos já sabem programar e desenvolver conteúdos na internet, participam e vencem campeonatos de robótica e de ciências. Para a diretora, a escola já não "sobrevive" sem os recursos tecnológicos que teve acesso, mesmo que eles contrastem com a realidade vivida pelos alunos fora dos muros da instituição. "Os meninos não podem levar o celular para a escola, porque havia muito assalto nas redondezas. Fizemos um plebiscito e ficou definido que não poderia levar", conta.

 

Na prática, no dia a dia de conteúdos, a sala virtual é espaço para atividades, vídeos, apresentações. "A tela principal da classroom é muito parecida com uma rede social e através dela é possível postar comunicados, que podem incluir vídeos e anexos do Google Drive. É visível a todos os alunos, inclusive aos que faltaram", explica a professora de ciências, Ketileide Morais Pereira. Um dos melhores recursos agregados pela escola, conforme ela, é a lousa digital e a impressão em 3D.

 

Células microscópicas ganham tamanhos e formatos em simulações que conseguem fazer os jovens verem mais de perto. "Algo que ele nunca veria no mundo real", destaca a professora. Entender o que acontece no corpo humano, de forma dinâmica, ilustrativa, com movimento. "Conseguimos ainda utilizar a impressora 3D para confeccionar objetos utilizados nas aulas: cérebro, sistema nervoso.. fizemos um coração, para os meninos terem noção de tamanho, de como ocorre a circulação", acrescenta Ketileide.

 

Para os alunos Yasmin Carloto Bezerra da Silva e Charlion Henrique Nogueira da Silva, ambos do sétimo ano, um dos grandes benefícios que a tecnologia na escola trouxe foi a interação entre aluno e professor. "A ferramenta que eu mais gosto é o Google ClassRoom, que recria uma sala de aula de forma virtual. Os professores podem postar atividades usando outras ferramentas do Google, esse é outro ponto importante", considera Yasmin.

 

"O conteúdo que eu consegui entender melhor com o uso do laboratório foi o de ciências, a interação melhor entre alunos e professor faz a assimilação ser melhor", analisa Charlion. Antes do laboratório implantado na escola, o acesso à tecnologia era sinônimo de internet no celular. "O laboratório me proporcionou um maior conhecimento sobre tecnologia e ainda mais vontade de aprender sobre ela", diz.

 

Prêmio

Dois alunos da ETI Nossa Senhora de Fátima conquistaram medalhas na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) 2018 - Modalidade Teórica. Os estudantes Cawan Keven Lima e Charlion Henrique da Silva receberam a medalha de bronze nacional e a medalha de honra ao mérito, respectivamente.

 

 

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