A primeira Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), chancelada pelo Estado e assistida pela Associação Caatinga, poderá ser criada em Guaramiranga, no Maciço de Baturité. Segundo o biólogo Samuel Portela, coordenador Técnico da Associação, uma área de 10 hectares do Sítio São José aguarda apenas a atualização de documentação em cartório, na Receita Federal e no Incra.

O território da nova reserva privada está esquadrinhado vizinho ao recém-criado Refúgio de Vida Silvestre do Periquito da Cara-Suja (Pyrrhura griseipectus). Uma unidade de conservação, viabilizada pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema), que tem como principal razão de ser a preservação da ave. Espécie, atualmente, de ocorrência apenas no Ceará e que esteve na categoria de criticamente ameaçada.

De acordo com Samuel Portela, o Maciço de Baturité tem sete RPPNs consolidadas das 36 que foram certificadas no Ceará pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e apoiadas pela Associação Caatinga.

A existência das 36 reservas particulares garante a proteção de 15.837,81 hectares, por enquanto, dos biomas caatinga e mata atlântica.O Ceará, segundo Samuel Portela, ocupa a 10ª posição no ranking nacional de áreas preservadas por RPPNs. O estado de Mato Grosso lidera com 180.715,19ha.

O território de caatinga protegido por RPPNs no Estado deverá ser ampliado em mais 17,91 hectares. Dois processos estão sendo analisados na Sema. Uma proposta do município de Saboeiro (São Pedro) e outra em Várzea Alegre (União). De acordo com Andréa Moreira, orientadora da Célula de Biodiversidade (Cobio) da Sema, serão 8,84 hectares na RPPN São Pedro e 9,07 hectares na RPPN União. (Demitri Túlio)