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Uma vida normal, apesar da esclerose múltipla
Ciência e Saúde

Uma vida normal, apesar da esclerose múltipla

| Paciente | A autora e coordenadora educacional Ana Claudia Domene conta em livro sua experiência de 10 anos com chamado Protocolo Coimbra. A obra foi lançada no Brasil, EUA e Alemanha
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Um formigamento repentino que logo evoluiu para fraquezas e descontrole do braço esquerdo e muita fadiga. Há dez anos, a coordenadora educacional Ana Claudia Domene acordou um dia sentindo os sintomas do que ela imaginava ser fruto do exagero das atividades físicas do dia anterior. Muitos exames, suspeitas de estresse e ansiedade, e alguns médicos depois, ela se deparou com uma lesão medular e o diagnóstico de esclerose múltipla (EM). A doença, que acomete 2,3 milhões de pacientes no mundo, conforme levantamento de 2013 da Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF), tem causas autoimunes, ou seja, ela é fruto do ataque do sistema imunológico ao próprio corpo e é a principal das enfermidades tratadas com vitamina D pelo Protocolo Coimbra.

 

Morando nos Estados Unidos, Ana não conhecia o tratamento com altas doses de vitamina D quando obteve o diagnóstico e, a princípio, com acompanhamento de neurologista e clínico geral deu início ao tratamento convencional. O receio de desenvolver os diversos efeitos colaterais que a medicação prescrita poderia acarretar e a progressão dos sintomas fez com que Ana buscasse alternativas.

 

Por intermédio de uma amiga que também havia sido diagnosticada com EM um ano antes, entrou em contato com o médico neurologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Cícero Galli Coimbra. Após cinco meses do diagnóstico passou a tomar, em paralelo à medicação convencional, 25 mil Unidades Internacionais (UI) de vitamina D - hoje, a dosagem dela é de 64 mil UI.

 

"Progressivamente os efeitos da doença diminuíram. A fadiga sumiu, a fraqueza da perna esquerda sumiu, o problema do controle motor no braço sumiu completamente, o formigamento foi sumindo aos poucos. Ficou só nas mãos, em que eu tenho uma sensação um pouco diferente, mas voltou a sensibilidade", descreve. Palpitações e pressão alta, efeitos do remédio convencional, fizeram com que em 2010 Ana tomasse a decisão de seguir apenas com a vitamina D, com a dieta pobre em cálcio (para não acarretar em problemas renais que podem ser o efeito colateral as superdosagens de vitamina D), com o controle por exames de sangue, urina e de imagem periódicos, bebendo muita água, tomando sol e fazendo atividades físicas.

 

"A minha neuro não acreditou. Não me colocou medo, mas ela disse que eu iria gastar dinheiro em nada (com vitamina D). Nesses 10 anos, eu não tive nenhuma nova crise, não tive que ir ao hospital, nenhuma lesão nova, nada na ressonância, e eu me sinto super bem, cheia de energia. Digo que me sinto melhor do que antes do diagnóstico, porque acho que eu já era resistente a vitamina D, e ela afeta tudo no nosso corpo. Corrigir essa deficiência só fez bem. Mil probleminhas que eu tinha antes, como dores de cabeça, enxaquecas, sumiram com o tratamento. E hoje, a minha neuro vê com bons olhos", relata.

 

Ana reuniu quase dez anos de experiência com o Protocolo Coimbra no livro "Esclerose Múltipla e (muita) Vitamina D", lançado no último mês no Brasil (em Fortaleza, onde tem família), e já com lançamento no EUA e na Alemanha. Sua ideia é levar ao conhecimento de mais gente os benefícios sentidos por ela e os relatos de paciente de outras doenças autoimunes captados em grupos de que faz parte pelo mundo.

Domitila Andrade

 

Serviço

 

Livro "Esclerose Múltipla e (muita) Vitamina D"

Ana Claudia Domene

Onde: nas principais livrarias

Quanto: R$ 45

 

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