Ao ver Pedro Lucas Rosas, 11, sorridente nas fotos de agora e planejando começar no curso de natação custa a crer em como era a vida do garoto há pouco mais de um ano. Diagnosticado com dermatite atópica grave desde os três meses de idade, Pedro passou por tratamentos com corticoides, câmeras de luz e imunossupressores. Todos, conforme conta a mãe, a enfermeira Paula Rosas, 34, com efeitos temporários. "Os remédios tiravam ele da crise, mas quando começava o desmame a dermatite voltava ainda pior", relembra.

Com crises cada vez mais frequentes, Pedro deixou de ir a escola. Por conta da fragilidade da pele, andar era difícil. A derme descamava e abria em feridas dolorosas. Dormir era ato acompanhado de coceira e até mesmo brisa leve lhe causava danos.

Todas as dobras do corpo do menino, até mesmo as pálpebras, viviam em carne viva, Paula e as fotos do período são testemunhas.

Como última alternativa, a mãe soube do tratamento de vitamina D ministrado em Fortaleza pelo médico Jonas Moura Araújo, doutorando em Farmacologia e com capacitação no Protocolo Coimbra. "O Pedro teve alergia aos imunossupressores, depois disso, a médica disse que não tinha mais o que fazer, que a gente mantivesse cuidados paliativos, que a gente tentasse a vitamina D e depois tentaria mais uma vez o imunossupressor".

Em uma semana com a superdosagem, que hoje é de 60 mil UI, Paula lembra que Pedro conseguiu dormir sem coceiras. Três meses depois, no retorno ao médico Jonas, 90% do corpo já estava livre da dermatite.

Esse é um dos cerca de cem casos de doenças autoimunes que o médico atende no Ceará trimestralmente. Sem conseguir despertar o interesse de outros médicos para o tratamento de doenças autoimunitárias com vitamina D, Jonas vem a cada três meses do Piauí para a Capital cearense. "Claro, que os resultados e a rapidez varia de pessoa para pessoa, porque tem outros fatores envolvidos. Mas a gente consegue recuperar bastante dos sintomas e reduz muito os efeitos colaterais com a vitamina D", relata.

Domitila Andrade