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Meio ambiente está suscetível aos efeitos químicos
Ciência e Saúde

Meio ambiente está suscetível aos efeitos químicos

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"Nós somos a ponta da cadeia de intoxicação. Para intoxicar o ser humano, significa que há uma contaminação ambiental muito grande", afirma a professora do departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), Larissa Bombardi. Ela explica que o solo possui uma microbiota que o faz estar vivo: bactérias, microorganismos, insetos e outras formas de vida. Exatamente o que o torna possível de ser agriculturável. "O solo é permeável, então o agrotóxico que é colocado atinge os lençóis freáticos. Há contaminação dos cursos de água e também vai acontecer na evaporação", acrescenta.

 

Um dos mapeamentos feitos por Larissa no atlas "Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia", demonstra o início de contaminação do bioma Caatinga que, conforme a professora, já possui grandes áreas de uso agrícola intensivo. "Na Caatinga e no Cerrado, quando a gente usa irrigação numa área onde esse solo não estaria com tanta umidade, os fungos aparecem. E por isso os produtores acabam usando mais fungicida", relaciona.

 

O professor do departamento de Química Analítica da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ronaldo Nascimento, destaca que os composto químicos, quando utilizados de forma irregular (sem controle, sem descarte adequado ou uso em cultura sem indicação) podem ser muito prejudiciais. "Como a maioria desses compostos são resistentes à degradação, eles podem manter-se como contaminantes no meio ambiente por longo período de tempo, além de permanecerem como resíduos no produto final (alimento)", afirma. Estimativas, conforme o professor, demonstram que, dependendo do modo de aplicação, apenas 0,1% do agrotóxico alcançam as pragas, os outros 99,9% têm potencial para ficar no meio ambiente.

Sara Oliveira

 

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