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O segmento de alimentação saudável cresce no Brasil e estimula o desenvolvimento de novos produtos. O mercado oferece mais variedade e incentiva ainda mais o consumo. Segundo pesquisa de 2017, da agência Euromonitor International, nos cinco anos anteriores, o Brasil registrou crescimento anual de 12,3%, em média, a linha de alimentos e bebidas saudáveis. Em 2016, foram cerca de R$ 93 bilhões movimentados, segundo o estudo.
Os dados indicam que o setor tem se desenvolvido e buscado novas formas de chegar ao consumidor. Ter ao alcance das mãos, em prateleiras, refeições produzidas apenas com ingredientes naturais, por exemplo, é a aposta do "Club Life To Go", em Fortaleza. A primeira e única unidade do Nordeste da rede paulista de restaurantes oferece pratos sem elementos artificiais, prontos para serem consumidos no local ou levados pelo cliente.
"Os ingredientes secos trazemos de São Paulo. Tudo é natural. O restante são legumes e verduras que compramos aqui mesmo. A gente tem dois fornecedores de hortifruti daqui [do Ceará]", explica uma das sócias da unidade cearense, Patrícia Saldanha.
Os pratos, com produção e validade diárias, oferecem opções de proteína, saladas, sanduíches, sucos, e sobremesas, com opções também veganas.
Em Fortaleza, aumenta o número de lojas especializadas em produtos "health" (saúde, em inglês).
"A gente preza para que os produtos tenham o mínimo de ingredientes no rótulo, ao passo que quando eu tenho o mínimo de ingredientes, eu tenho menos aditivos [artificiais], como corantes e conservantes", explica a nutricionista Emanuelly Barbosa, da rede de lojas "De Bem Com a Vida". A marca cearense surgiu em 2010 e já conta com oito unidades.
Com 26 anos, a secretária Thamirys Ladislau diz que sentiu a necessidade de transformar a alimentação com a idade. "Eu nunca comi verduras e frutas, é a primeira vez na minha vida que estou fazendo esse processo", garante. Ela conta que, apesar da dificuldade na recente adaptação, sente diferenças. "Eu já amanheço e durmo melhor. Então pra mim já é muito bom".
Thamirys explica que foi à loja de "naturais" em busca de ingredientes que não são tão comuns no mercado: "Eu tinha dois ingredientes pra comprar, que era maçã peruana, que não achava em lugar nenhum e o gengibre, que vai chegar".
Segundo a nutricionista da loja, os itens naturais (vendidos a granel) e também os industrializados são escolhidos a partir de avaliação nutricional, com análise de laudos dos fabricantes e produtores, para escolher produtos alinhados à política da marca.
A nutricionista afirma que a empresa busca oferecer "preço pra todo mundo". "Um produto que é adoçado com xilitol ou eritritol, se torna muito mais caro porque extraí-los, quebrar a molécula do açúcar inteiro até ficar só o álcool, é um processo caro. O xilitol e o eritritol são a fração química álcool da molécula de açúcar", explica.
No caso das opções mais acessíveis, a nutricionista afirma que apesar de conterem açúcar ou componentes artificiais, por exemplo, estes aparecem em menor quantidade dentre os ingredientes do produto. Ela reforça que outro critério que pode ajudar o consumidor no momento da compra é a validade dos itens: "Quanto menos conservante, menos tempo de vida de prateleira". (Isaac de Oliveira)