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Medidas de controle necessários nos casos de sarampo
Ciência e Saúde

Medidas de controle necessários nos casos de sarampo

SURTO | Um dos desafios é preparar médicos para o diagnóstico e seguir o protocolo pactuado. Secretarias de saúde mutirões de vacinação
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Diante da identificação ou do risco de um surto, medidas de controle precisam ser tomadas. Mesmo em situação considerada segura, como em estados do Brasil que não apresentam ocorrências da doença, o cenário nacional aponta uma oportunidade para atualizar a cobertura vacinal e preparar os serviços de saúde para situações de risco, como a importação por pessoas contaminadas em outras localidades.


Guilherme Henn, presidente da Sociedade Cearense de Infectologia e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), destaca que em áreas onde há transmissão de sarampo, é preciso tomar medidas para controle de surtos, como a vigilância ativa de casos.


“Quando a suspeita de sarampo é notificada, que pode ser por meio da consulta com o médico. Mesmo sem confirmação, a autoridade de saúde vai na casa do paciente, pergunta com quem ela teve contato, monitora o paciente e as pessoas que têm contato próximo com ele, como familiares, colegas de trabalho. Se essas pessoas não puderem comprovar que já foram vacinadas contra o sarampo, devem ser vacinadas”, especifica.

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O Ceará não tem registros da doença desde 2015, mas pode receber alguém contaminado, conjectura Guilherme. “Normalmente, quando uma doença como essa volta, as secretarias de saúde organizam mutirões de vacinação para atingir pessoas que porventura não sejam vacinadas e, portanto, suscetíveis. Acho que isso não vai acontecer em estados que ainda não têm caso”.


Segundo Estevão Portela, médico infectologista e vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o desafio dos estados é o reconhecimento da patologia quando há o surgimento de novos casos em uma área.


“Muitos médicos não têm experiência porque não passaram por surtos anteriormente. É preciso o reconhecimento dos primeiros casos para que o sarampo não seja confundido e que sejam feitas medidas de contenção, vacinação das pessoas na área afetada. Evitar o contato de pessoas sem imunidade com pacientes na fase de transmissão por um período relativamente longo”, frisa.


Utilização de máscaras, salas isoladas e com ventilação adequada e, de forma ampla, a organização do serviço de saúde são medidas prioritárias nessas situações. De qualquer lugar que venham pessoas com risco, é necessário uma certa vigilância para que não se dissemine. “É importante reconhecer, ter as medidas de isolamento na região. Os pacientes com suspeita confirmada precisam ficar internados em unidade com isolamento respiratório, onde as pessoas só entrem com máscaras”, completa. Segundo ele, em outras áreas do País, é preciso “calma, ir vendo se o estado vacinal é adequado”.

Ana Rute Ramires

 

 

CASOS EM 2017


Américas

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, na região das Américas, em 2017, 272 casos de sarampo foram confirmados por laboratório. Os casos foram registrados na Argentina (3), Canadá (45), Estados Unidos (120) e Venezuela (104). A propagação do vírus para outras áreas geográficas é explicada principalmente pelo intenso movimento migratório. No caso da Venezuela, motivado pela situação sociopolítico-econômica. Todos os casos confirmados na Região das Américas foram relacionados à importação ou com origem desconhecida, conforme a organização.

 

 


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