Ana Vilma Leite Braga, coordenadora de imunização da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), explica que em casos de surto a vacina é antecipada no calendário. E a população é a parceira principal para a eficiência da cobertura. “Como no Ceará, Roraima está vacinando as crianças a partir de seis meses. Porque o primeiro caso (registrado em Roraima no dia 13 de fevereiro deste ano) foi em criança menor de um ano. Pelo calendário vacinal, a primeira dose é só com 12 meses”, explica.
Em razão da experiência do Ceará no enfrentamento da epidemia de sarampo, a coordenadora esteve em Roraima para prestar apoio às ações de prevenção e controle da doença, a convite do Ministério da Saúde.
O Ceará foi declarado livre do sarampo em 2016, após uma epidemia iniciada em dezembro de 2013. Até julho de 2015, foram confirmados 1.052 casos em 38 dos 184 municípios (20,7%). À época, o Ceará possuía coberturas administrativas de vacina tríplice viral acima de 95%.
A propagação deu-se por 20 meses. Em setembro de 2016, após um ano da confirmação do fim da epidemia do sarampo no Ceará, a região das Américas foi declarada livre do sarampo.
Segundo ela, são necessárias capacitações, treinamentos, elaboração de informes operacionais e técnicos, visitas aos municípios e monitoramentos dos dados epidemiológicos e de vacinação.
“Uma medida inicial importante é identificar um caso suspeito. Para isso, a pessoa tem que apresentar pelo menos, febre e exantema (manchas avermelhadas no corpo) e mais um sintoma, que pode ser tosse, coriza ou conjuntivite. É preciso muita atenção para que seja notificado e seja feito o bloqueio de imediato. Ninguém espera o resultado da sorologia para desencadear as ações de prevenção. É feito coleta de secreção nasal, além de urina e sangue”, explica.
ARR