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Curso de Agronomia: Instituição estratégica
Ciência e Saúde

Curso de Agronomia: Instituição estratégica

Docente há mais de 20 anos, o professor do curso de Agronomia destaca a importância da entidade para o desenvolvimento do Ceará e para sua trajetória pessoal
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Com 43 anos de “casa”, Nonato Távora, professor do curso de Agronomia da UFC, conhece bem a instituição na qual já foi aluno, servidor técnico administrativo de nível médio, técnico de nível superior e atua como docente há mais de 20 anos. “Passei pelos três cargos da universidade. Isso foi muito bom, porque permitiu que eu conhecesse toda a dinâmica e sentisse as dificuldades nessas três áreas”.

 

Quando o assunto é aposentadoria, Nonato diz que tem uma relação muito forte com a UFC. “A universidade é tudo pra mim”. Os alunos questionam sobre quando ele pretende parar, ao que prontamente responde: “Quando eu acordar naquele horário padrão, que é cinco da manhã, e sentir que estou indo forçado para minha instituição. Mas enquanto for um prazer, uma satisfação, eu não tenho interesse de me aposentar”.


O professor observa que o Ceará deve muito à Escola de Agronomia, sendo ainda hoje uma instituição estratégica para o desenvolvimento da região. “É um Estado que, ao longo da história, tem uma base agrícola muito forte e o curso de Agronomia vem colaborar com essa perspectiva”.

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Os 100 anos do curso mostram a importância da entidade, avalia o professor. “Ela ter conseguido sobreviver, inclusive perante seus pares, em termos de avaliação ter um conceito que tem a Agronomia, isso demonstra o compromisso de todos que fazem o curso”.


Historicamente, Nonato lembra que muitos profissionais de Agronomia já desempenharam funções de destaque no Governo, a exemplo do governador Camilo Santana, graduado engenheiro agrônomo em 1991. Para os estudantes de hoje, o professor entende que é preciso formar o profissional focado em gestão, pois o mercado está cada vez mais difícil. “Ele tem que sair muito bem preparado. Do contrário, vai ter muita dificuldade”.

Cristina Fontenele

 

Pesquisas realizadas no Centro de Ciências Agrárias

 

1 FORRAGICULTURA

A pesquisa testa subprodutos da agroindústria e do biodiesel como alimentos alternativos que podem ser usados na dieta de ruminantes, principalmente dos ovinos. “O intuito é mostrar para o produtor realmente as diversas alternativas que ele pode adotar”, explica o professor Magno Cândido, coordenador do Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura. Segundo ele, a estratégia pode ajudar a reduzir 20% no custo da alimentação animal.

 

2 FEIJÃO-CAUPI

Conhecido no Nordeste como feijão-de-corda, o melhoramento genético do feijão-caupi consiste no desenvolvimento de novas variedades mais produtivas. Segundo a professora Cândida Bertini, do Departamento de Fitotecnia, o melhoramento proporciona segurança alimentar para os agricultores, uma vez que pode trazer um tipo de feijão mais tolerante à seca, além de um grão mais rico em micronutrientes.


3 DRONE

O projeto começou em 2016 e consiste no uso de Veiculo Aéreo Não Tripulado para geoprocessamento, como o estudo da topografia do terreno. Segundo o professor Adunias Teixeira, com a tecnologia o produtor detecta o volume de matéria disponível para alimentar o gado. Outra aplicação ocorre nas áreas de açude, permitindo ao pequeno produtor mapear a situação hídrica do reservatório

 

4 COMBATE A PRAGAS

 

Utiliza a vespa no controle biológico de pragas. A pesquisa iniciou-se em 2011, sob a coordenação de Patrik Pastori, professor no Departamento de Fitotecnia, e vem sendo testada com resultados favoráveis na serra da Ibiapaba. Entre os benefícios observados, Patrik cita a redução de 50% a 80% no uso de inseticidas e a diminuição de até 40% no custo do produtor com o controle de pragas. “Toda cultura que tiver ataque de lagarta, é possível usar essa vespa”.

 

5 RECURSOS NATURAIS

A pesquisa é aplicada desde 2007 pelo Grupo Massa, em parceria com o Instituto Federal do Ceará (IFCE). O objetivo é a definição de um modelo sustentável do uso dos recursos naturais no semiárido, a partir da análise dos manejos mais comuns na agricultura e pastagem, de forma a evitar o empobrecimento do solo pela erosão. O projeto capacita agricultores, envolve alunos de escolas rurais, permitindo educação ambiental para o correto manejo dos recursos naturais.


6 IRRIGAÇÃO

Torna o sistema de irrigação mais eficiente, automatizando o processo que pode ser monitorado via internet. Sensores no solo monitoram a umidade e avisam a unidade central quando é hora de irrigar. “A principal economia é de água. Tem também a produtividade melhor das plantas, porque recebem a quantidade de água ideal e ainda há economia de energia”, destaca Adunias Teixeira, professor no Departamento de Engenharia Agrícola.

 

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