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A vacina contra sarampo é segura, garantem especialistas
Ciência e Saúde

A vacina contra sarampo é segura, garantem especialistas

VACINA | Especialistas garantem que a imunização é segura. Estudos comprovam que não há associação entre a tríplice viral e a ocorrência de autismo
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A correlação entre a aplicação da tríplice viral - contra sarampo, caxumba e rubéola - e a ocorrência de Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi levantada pelo britânico Andrew Wakefield em 1998. O artigo publicado por ele na conceituada revista The Lancet, a partir de um suposto estudo de caso com 12 crianças, é acusado de fraude e já foi amplamente desacreditado pela comunidade científica. Ainda assim, ele é utilizado como um dos argumentos para o movimento antivacina.


“A vacina é um tipo de vírus fraco e modificado, que não gera a doença, mas que faz o corpo produzir anticorpos. Pode causar febre e erupções brandas. Um dos principais mitos é a questão da associação da vacina com o autismo. Mas não há nada tão consolidado como a falta de associação. Foram feitos inúmeros estudos que comprovam que não há associação”, explica Guilherme Henn, presidente da Sociedade Cearense de Infectologia e professor da Faculdade de Medicina da UFC.


“Quem não se vacina não consegue ficar protegido. E não existe uma vacina que confira 100% de proteção. Por questões do próprio sistema imune, não desenvolve imunidade, não é uma deficiência imunológica, só para determinados agentes. A eficácia é maior do que 90%”, justifica Guilherme.


Qualquer microorganismo que entre no corpo, administrado ou não, “provoca uma defesa imunológica”, esclarece Estevão Portela, médico infectologista e vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).


Para impedir que o invasor se prolifere, a vacina é produzida para despertar o máximo de resposta causando o mínimo de danos. “É um vírus muito enfraquecido, mas com características para despertar a defesa do organismos. O corpo começa a produzir essas defesas. Se o corpo for exposto, os anticorpos que já tão lá vão impedir que o vírus se desenvolva. Quando não há imunização, até o organismo conseguir desenvolver a resposta, o vírus muito agressivo já tem gerado uma consequência muito grande”, descreve Estevão.


Anastácio Queiroz, infectologista e professor de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), explica que a vacina só é contraindicada para grávidas, idosos ou pessoas com imunodeficiência ou que fazem tratamento quimioterápico.

Ana Rute Ramires

 

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