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Chegar a orgasmo mais duradouro e intenso por meio do desenvolvimento e da compreensão de uma sexualidade mais sensorial e perceptiva, deixando de lado relações mecânicas e com regras de tempo, movimentos e práticas impostas. Esse é um dos ensinamentos que Deva Nishok elaborou ao longo de mais de 20 anos de estudo e vivências com a terapia tântrica. À frente do Centro Metamorfose, que se dedica a treinamentos e terapias tântricas individuais e em casais, o terapeuta é discípulo do mestre indiano Osho e desenvolveu o próprio método de terapia tântrica - atualmente um dos mais difundidos no País. Em retiro, Deva Nishok conversou com O POVO sobre as potencialidades da sexualidade e como o Tantra pode expandi-las. 

O POVO - O que é Tantra?

Deva Nishok - Dependendo do ponto de vista o Tantra pode ser compreendido como uma ciência, uma religião, uma filosofia, uma arte ou uma prática que proporciona o desenvolvimento da sexualidade. No (Centro) Metamorfose, desenvolvemos há 30 anos uma aplicabilidade terapêutica através das práticas tântricas que auxilia nas principais disfunções sexuais: dispareunia, anorgasmia e vaginismo nas mulheres e ejaculação precoce e impotência para os homens. Além disso, desenvolvemos uma prática de desenvolvimento da sexualidade em que há uma abordagem nova de práticas em que ensinamos aos casais, por meio de um treinamento multiorgástico e aumento do prazer para ambos.

OP - O senhor desenvolveu um método há de 20 anos. Como foi essa concepção? O que esse método preconiza?

Deva Nishok - Acreditamos que estamos contribuindo com mudanças significativas no comportamento sexual humano, saindo da influência do cérebro reptiliano primitivo e trazendo a experiência para o neocórtex cerebral. Uma sexualidade mais inteligente, mais sensorial, mais perceptiva, com uma intensificação dos hormônios presentes no orgasmo. Com isso, ressignificamos o orgasmo atribuindo-o de maior intensidade e duração, o que chamamos de hiperorgasmo ou experiência oceânica. O método preconiza a evolução da energia sexual para uma expansão da consciência e da sensibilidade e anula o predomínio do programa sexual básico, que vem instalado com a máquina orgânica e é meramente reprodutivo.

OP - O que a terapia tântrica pode fazer pelo indivíduo?

Deva Nishok - Sem o desenvolvimento sexual o ser é incompleto. Qualquer forma de repressão causa etiologias patológicas. O desenvolvimento sexual adequado cria equilíbrio na espécie. O processo de cura é orgânico, natural - um reequilíbrio de forças, um reajuste nas emoções.

OP - O método trabalha em fases. Que fases são essas?

Deva Nishok - O trabalho começa com os traumas, os abusos, a culpa, a permissão do prazer e o despertar de camadas de prazer. Precisamos de tempo e de qualidade de experiência para que o amadurecimento e o desenvolvimento dos sentidos nos levem às camadas mais quintessenciadas de percepção e amor. É um trabalho de uma vida inteira tornar-se um sahaja, um experimentador que aprende a dominar a energia, a sublimá-la muito além dos instintos.

OP - Como a pessoa pode ser iniciada?

Deva Nishok - Nas escolas tradicionais, um mestre inicia um discípulo. No Metamorfose, as iniciações são oferecidas pelos terapeutas, coordenadores de unidade e praticantes mais experientes e, ao contrário do que podemos imaginar, não é uma iniciação sexual.

OP - A terapia leva a uma maior sensibilidade corporal? A experiência do orgasmo se torna diferente?

Deva Nishok - Sim. Na base, a terapia resolve as questões traumáticas, abusivas e supressivas do prazer. Na progressão do pós-terapia, iniciamos um desenvolvimento que não tem fim. Sobre o orgasmo, sim, prolongamos e intensificamos o orgasmo. As mulheres desenvolvem um orgasmo ejaculatório e os homens orgasmos secos. O orgasmo passa a ter um quantum e um continuum. São hiperorgasmos que duram de 15 a 40 minutos.

OP - O tantra desenvolve aspectos que não são são comumente vistas nas práticas sexuais?

Deva Nishok - No Tantra, o foco está no prazer e o prazer não está restrito aos genitais. A experiência sensorial com calma, com consciência, com amor. A-Mor significa que não há nada mais importante que aquilo que você está fazendo. A-Mor e quando você toca ou é tocado, penetra ou é penetrado, você o faz com Amor. Essa semântica nova vai provocar a expansão da sua condição bioelétrica, vai expandir a sua produção hormonal, alterar a sua condutibilidade elétrica e seu orgasmo será uma fusão de dois numa unidade cósmica. Sua alma bebe diretamente na fonte da vida, seu ego morre, se desmancha, se dissolve numa condição divina. Nessa condição manifesta-se o aspecto sagrado do Tantra.

GLOSSÁRIO TÂNTRICO

YONI

É como é chamada a vulva, que compreende, nesse entendimento, o clitóris e a vagina. A yoni massagem pretende a cura da anorgasmia (ausência de orgasmo), dificuldade em atingir o orgasmo, ausência ou baixa de libido, ausência, perda ou diminuição de sensibilidade clitoriana e vaginal e vaginismo.

 
LINGAM

É como é chamado o pênis. A lingam massagem é um método que pretende a cura de ejaculação precoce, impotência, dificuldade em atingir o orgasmo e ausência ou baixa de libido. Conforme os terapeutas, apesar da estimulação de áreas erógenas, não há movimentos masturbatórios durante as sessões.
 
SENSITIVE

O primeiro passo da massagem tântrica no método Deva Nishok, a sensitive aguça a eletricidade a partir do leve toque das pontas dos dedos por todo o corpo. A técnica compreende a pele como grande órgão orgástico, retirando o foco do prazer dos genitais. Acredita-se que a técnica estimula a circulação de endorfinas pelo organismo.
 
PONTO G E G-SPOT

Acredita-se que está localizado na parede anterior da vagina, em uma glândula que envolve a uretra. O estímulo dessa área pode levar a novos níveis de orgasmos, inclusive com a excreção de um líquido conhecido como ejaculação orgástica feminina. A estímulo acontece no quarto nível da massagem tântrica.

PONTO P E P-SPOT

Ponto localizado na região retal, mais especificamente na próstata, que conforme o método, pode independente de orientação sexual, levar a níveis de prazer semelhantes a um orgasmo feminino.
 
Fonte: site do Centro Metamorfose