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Pesquisa investiga relação entre incontinência urinária e Crossfit
Ciência e Saúde

Pesquisa investiga relação entre incontinência urinária e Crossfit

| PESQUISA | Estudo nacional conta com equipe multiprofissional na área de Saúde. Em Fortaleza, o projeto busca mulheres que praticam CrossFit como voluntárias
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A incontinência atlética pode afetar mulheres que praticam CrossFit.

É o que investiga estudo realizado em todo o País pelo grupo Cross Continence Brazil, formado por equipe multiprofissional de estudantes e docentes da área da Saúde, como Medicina, Fisioterapia, Enfermagem e Nutrição. O grupo é composto por 25 líderes de pesquisa e está presente em 18 instituições, entre hospitais e faculdades, incluindo a Universidade Federal do Ceará (UFC).


Conforme o professor de Ginecologia e Obstetrícia da UFC, Leonardo Bezerra, a pesquisa surgiu após a percepção de que mulheres que fazem atividades de alto impacto se queixam de vontade forte de urinar. Modalidades como basquete, vôlei, trampolim acrobático e corrida de longa distância são consideradas de risco. “Esses esportes aumentam muito a pressão abdominal, por conta dos saltos e da força extrema, e essa pressão abdominal, se não tiver treinamento, pode empurrar a musculatura pélvica”, explica o docente.

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Como o CrossFit é uma prática mais recente, os dados sobre os efeitos do exercício nas atletas ainda são inconclusivos. De acordo com o site oficial do projeto, mulheres que praticam atividades de alto impacto e alta intensidade têm oito vezes mais chances de perder urina em comparação às sedentárias na mesma faixa etária. A incontinência atlética afeta mulheres jovens e que nunca engravidaram, incluindo fatores como impacto e deslocamento do assoalho pélvico durante o treino, aumento da pressão intra-abdominal e deficiência de energia para o exercício.


Assim, por meio de levantamento, o grupo busca identificar queixas urinárias e genitais em mulheres praticantes de CrossFit. Em Fortaleza, o projeto já está sendo divulgado em 17 academias de CrossFit e a receptividade das atletas tem sido boa, avalia Leonardo.


O trabalho está na fase inicial que consiste em identificar a prevalência de incontinência atlética por meio de questionário disponível no site do grupo para ser respondido pelas praticantes de CrossFit. O estudo tem ao todo sete etapas incluindo diagnóstico clínico e funcional, quantificação da perda de urina, avaliação da forma do assoalho pélvico e tratamento da incontinência atlética por meio de fisioterapia.


“Vamos saber a incidência das queixas urinárias, qual é a mais comum e qual tipo de atividade dentro do Crossfit está mais relacionada à queixa”, detalha Leonardo. Após esse levantamento, mulheres com sintomas recorrentes passarão por tratamento por meio de fisioterapia para reabilitar o assoalho pélvico.


O médico explica que a incontinência urinária em mulheres está associada a condições anatômicas e fisiológicas, a exemplo da uretra da mulher ser mais curta que a do homem, além de circunstâncias que afetam a musculatura pélvica como gravidez, parto, envelhecimento e pós-menopausa. Ele ressalta que a perda de urina de forma involuntária durante o treino não é normal, sendo necessário procurar atendimento médico.


Com o projeto, o grupo busca valorizar o CrossFit como exercício para a saúde, garantindo a continência urinária das praticantes. “O objetivo não é que a atleta deixe de fazer o esporte, mas que permaneça e tenha bons resultados”, afirma o médico Leonardo.


Os dados obtidos por meio do levantamento são confidenciais, assegurando o sigilo da participação. O questionário pode ser respondido de forma voluntária no link https://crosscontinencebr.wixsite.com/crosscontinencebr


NÚMEROS


17 Academias de Fortaleza já receberam equipe do projeto que busca voluntárias entre atletas

 

8 vezes maior é a probabilidade de uma mulher que pratica atividade de alto impacto de perder urina

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