“Estudos indicam que pessoas que já possuem fobia social, depressão, transtorno do déficit de atenção, ansiedade, ou outros quadros patológicos de base tendem a desenvolver mais rapidamente alguma dependência, como a nomofobia, fazendo com que esses quadros se intensifiquem”, explica a psicóloga Sylvia van Enck, psicóloga do Núcleo de Dependências Tecnológicas e de Internet, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Um transtorno associado pode ser causa ou consequência da dependência digital. Para Tatiana Pinho, psiquiatra do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), a dependência de internet é “bastante semelhante” a outros tipos de dependência, como a química.
“Um indivíduo deprimido, ansioso ou que tenha fobia social, por exemplo, utiliza a internet para tentar fazer amigos ou se comunicar.
Mas esse uso excessivo ou abusivo pode fazer com que a pessoa cada vez mais fique reclusa, o ciclo social fique menor, a pessoa fique mais ansiosa, tenha prejuízos sociais, acadêmicos. E pode gerar transtornos mentais, ansiedade, depressão”, associa.
Em casos leves e moderados, de acordo com Tatiana, o tratamento pode ser realizado com a psicoterapia. Já nos casos graves, o ideal é a associação de psicoterapia com medicação. A psiquiatra compõe grupo multidisciplinar do Ambulatório de Psiquiatria do HUWC, um dos únicos do Brasil que trata de dependência digital. O acesso ao atendimento é realizado por meio de encaminhamento dos postos de saúde.