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Parceria com a indústria quebra paradoxos na pesquisa
Ciência e Saúde

Parceria com a indústria quebra paradoxos na pesquisa

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Nos Estados Unidos, mais de 50% das pesquisas são financiadas pelo setor privado. No Brasil, esse percentual não passa de 15%. O Marco Legal de Ciência e Tecnologia, sancionado em 2016, ampliou as possibilidades de interação entre as universidades e seus pesquisadores junto às empresas. Para o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), porém, a medida representa avanço no processo de privatização do ensino superior público.


A parceria entre empresas e instituições de ensino, apesar de polêmica, também é vista com bons olhos. Principalmente em tempos de crise no setor público. “Interessa para a universidade porque a instituição pública precisa dar um retorno à sociedade. É constitutivo do nosso DNA dar esse retorno social, e a gente o faz quando promove alguma melhoria de vida em função do que é feito em conjunto com que parceiros forem”, pondera a professora da Uece Nukácia Meyre Silva Araújo.


Conforme ela, em algumas áreas essa parceria já existe há muito tempo, como a computação. “A relação já nasce no início da pesquisa, a empresa querendo que se desenvolva algo. Não tem porque manter resistência. Do que adianta fazermos pesquisa dentro da universidade, deixando os resultados com a gente?”, indaga Nukácia.


Para o diretor do Instituto Superior de Ciência Biomédicas da Uece, Nilberto Nascimento, a indústria pode escalonar o conhecimento gerado dentro dos laboratórios universitários. “Gerar inovação e tecnologia é missão da indústria e dos institutos federais. O Marco Legal foi regulamentado e onde estão as empresas? Entramos então numa outra seara, a da burocracia. Quando uma indústria internacional investe aqui, eles contratam e o produto é deles. Não gera desenvolvimento e soberania para o Brasil”, avalia.

Sara Oliveira



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