O diretor científico da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Luiz Drude, comenta que, sem os recursos do Governo Federal, o apoio aos projetos diminuiu de forma considerável. Para ele, um dos termômetros dos problemas na esfera federal é a procura muito maior do que a demanda.

“Antes, lançávamos 20 bolsas de recém-doutor e apareciam cerca de 30 a 35 candidatos. Desta vez, lançamos 30 bolsas de pós-doutorado e recebemos 314 pedidos”, cita. Conforme Luiz, a maior parte dos candidatos era oriunda do Ceará. Porém, atualmente, pelo menos seis estados têm forte representação entre os candidatos.

Outro reflexo desse desequilíbrio de recursos foi percebido na procura por editais que contemplassem o financiamento de projetos de manutenção de equipamentos de pesquisa. “Percebendo que um dos principais editais da área, o do CNPQ (o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), não aconteceu. Criamos um programa de auxílio emergencial de pequeno valor. Pensamos que apareceriam 30 ou 40 projetos. Apareceram 140”, mensura.

Conforme Luiz Drude, a Funcap apoiou recentemente 33 empresas e indústrias, todas associadas a universidades. Uma forma de, segundo ele, alicerçar a relação entre privado e público, apesar da resistência. “Uma forma de superar isso é colocando no edital que é preciso que haja interação”, sugere.

Sara Oliveira