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Ponto de Vista
Ciência e Saúde

Ponto de Vista

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Tatiana Fama, psiquiatra do Hospital Universitário Walter Cantídio


O mundo tem assistido a um aumento significativo do número de idosos, motivado pela elevação da expectativa de vida. Viver por mais tempo tem como consequência ter uma velhice bem mais longa.


Alguma vez você já pensou sobre o que quer ser quando envelhecer? Velhice não é uma palavra bem acolhida. Ela costuma lembrar o final da vida, a degeneração biológica e a perda do status social.


A gerontofobia corresponde ao medo irracional de envelhecer e de tudo que se relaciona com a velhice, que tem como causas, em geral, a falta de informações sobre o processo de envelhecimento, preconceitos e estereótipos relacionados à velhice. É comum estereotipar os idosos como dependentes, infelizes e improdutivos.


Cada idoso tem suas singularidades e existem velhices de todos os tipos. Os estereótipos têm forte influência social e contribuem para que as potencialidades dos idosos sejam subestimadas.


Os estereótipos atribuídos ao envelhecimento podem afetar a imagem que o idoso tem de si mesmo, levando-o a ter sentimentos de inutilidade e baixa autoestima, aumentando o risco de desenvolvimento de sintomas de ansiedade e depressão.


É importante uma maior conscientização por parte da sociedade a respeito das necessidades da população idosa no sentido de que a velhice não pode continuar a ser vista como um período de decadência física e mental. Muitos indivíduos idosos ainda são completamente independentes e produtivos. É preciso desmistificar a velhice e valorizar o idoso como protagonista da sociedade. Tornar-se idoso é uma grande conquista, pois decorre da capacidade de superação de inúmeros obstáculos, sendo o idoso um grande vencedor do tempo.

 

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