Os estudos mais próximos da cura da Aids se baseiam no caso de um paciente chamado Timothy Brown, de 2006, que ficou curado da aids após ser submetido a um transplante de medula óssea de um doador imune ao vírus. Nesse caso, as células foram substituídas e o vírus desapareceu do corpo.
“Mas não dá para dizer que a cura foi encontrada, porque transplantar medula é um procedimento muito arriscado e esta foi feita, porque já precisaria. Não dá para ser reproduzido, porque iria acabar matando muita gente. Mas é um grande passo para entender que é possível chegar lá e talvez entender os caminhos”, considera o infectologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Guilherme Henn.
Medicalizar não é suficiente
Ainda assim, a médica paulista e chefe do Departamento de Saúde Comunitária da UFC, Lígia Kerr, acredita que há muito a ser feito. Ela defende que não adianta somente medicalizar, é preciso pensar no lado antropológico e trazer novamente a comunidade para a pesquisa.
“É preciso ter engajamento. Temos de criar uma rede de solidariedade e isso está longe do que estamos passando no Brasil, com preconceito crescendo contra gays, o racismo. Só com ações combinadas e com a participação da comunidade é que a gente pode voltar a reduzir os números”, conclui Lígia Kerr. (Eduarda Talicy)