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Prejuízos ao cotidiano são sinais de alerta para tratar ansiedade
Ciência e Saúde

Prejuízos ao cotidiano são sinais de alerta para tratar ansiedade

A ansiedade se transforma em patologia quando afeta a rotina. É preciso reconhecer os sintomas e buscar ajuda
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A depressão e o transtorno de ansiedade caminham lado a lado. A linha que separa as duas alterações psicológicas é muito tênue e elas têm sintomas bem semelhantes. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgadas em fevereiro deste ano, o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no Mundo e o quinto em casos de depressão. Um total de 9,3% dos brasileiros tem algum transtorno e a depressão afeta 5,8% da população.


Tudo gera tanta expectativa, que um médico de 26 anos, que pediu para não ser identificado, se viu paralisado. “Desde junho, nos momentos de crise, eu tomo medicação antiansiolítica (para combater ansiedade)”, aponta ele. Diferente da maioria das pessoas com o problema, o profissional não atribui uma razão para as crises. Elas vêm, como ele classifica, “do nada” e qualquer situação ou programação gera uma grande expectativa. “Pode estar tudo indo bem, dentro do funcionamento. Mas são situações corriqueiras que provocam em mim esse estalo, que é terrível”, diz ele.


A tristeza sem fim, a vontade de que o futuro chegue logo, o desejo de estar sempre um passo à frente e desligar-se do momento presente se tornam, assim, problemas de saúde pública. O transtorno de ansiedade é marcado por dificuldade de concentração, problemas no sono e preocupação excessiva. Sintomas que podem se transformar em dores de cabeça ou no estômago, diarreia, ânsia de vômito, tremores nas mãos, irritabilidade e até insônia, quando o quadro piora.


Segundo Fábio Gomes de Matos, psiquiatra do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará (UFC), os sintomas da ansiedade são muito semelhantes aos da depressão. Assim, os dois transtornos psicológicos andam em conjunto.


Tratamento

“Para alguns pacientes, o indicado, inclusive, é medicação antidepressiva, que pode ser extremamente eficaz para combater a ansiedade”, avisa o médico. O tratamento antidepressivo é ainda mais lento que o do antiansiolítico. Mas medicação para a ansiedade, que tem receita azul, é mais restritiva, e tem limitação do tempo de uso, já que podem causar dependência. “Por isso, é preciso saber receitar e utilizar com muita reserva e de forma prudente esse tipo de fármaco”, alerta.

 

A ansiedade é marcada por sintomas comuns, porém se tornam agravados à medida que o transtorno se sobrepõe aos desejos e vontades. Psiquiatra da Prefeitura de Fortaleza, Henrique Luz defende que os problemas da ansiedade começam quando o corpo passa a apresentar sinais incômodos e difíceis de conviver. “Os sintomas da ansiedade podem levar ao quadro depressivo, caracterizado pelos sintomas do transtorno acrescido de isolamento social e de dores sem justificativa física”, aponta.

Angélica Feitosa

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