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Para individualizar o tratamento de câncer de próstata
Ciência e Saúde

Para individualizar o tratamento de câncer de próstata

Cada tipo de câncer de próstata exige uma abordagem. Médico e paciente devem avaliar juntos melhor caminho para tratar. Pesquisas buscam hoje estabelecer critérios que permitam determinar qual o melhor tratamento
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Um dos principais impasses do tratamento do câncer de próstata é a escolha dos procedimentos. De forma individualizada, cada paciente deve decidir junto com o médico. A questão se deve aos variados tipos da doença, já que alguns poucos casos não exigem tratamento imediato. Deste modo, médicos apontam que pesquisas atuais buscam o estabelecimento de critérios ainda mais claros para definir a terapia para cada tipo de câncer.


Segundo o urologista Ricardo Régis, o câncer de próstata pode se dividir entre diferenciados (quando as células cancerígenas têm características bem distintas das consideradas normais) e indiferenciados (quando as células cancerígenas são comuns às normais). No caso de câncer indiferenciado, nem sempre métodos de tratamentos comuns, como cirurgias de retirada da próstata (prostatectomia) ou radioterapia, serão necessários, porque há possibilidade de este câncer nem se desenvolver. Por isso, os médicos recomendam a chamada vigilância ativa, quando os pacientes fazem exames a cada seis meses para avaliar se há desenvolvimento do tumor.

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“Não é confortável para um paciente com câncer que aparentemente é pouco agressivo, que poderia ser conduzido com uma vigilância ativa, passar por um procedimento cirúrgico”, argumenta o médico Marcos Flávio Rocha, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia no Ceará.


No caso da indiferenciação, os médicos correm risco contrário: passar de uma situação em que o tratamento é completamente factível para algo mais complexo. “É algo que a gente tem buscado diferenciar”. Isso ocorre por estudos patológicos e genéticos.


Prostatectomia


Quando o diagnóstico ocorre precocemente, a cirurgia de retirada da próstata traz efeitos colaterais que podem ser temporários e passíveis de tratamento, a depender do tipo de câncer. Os principais efeitos colaterais são disfunção erétil e incontinência urinária. Para reduzir tais efeitos, avanços tecnológicos viabilizam melhores resultados. É o caso da cirurgia robótica.


Desde 2015, o Ceará conta com o procedimento, feito com o robô chamado Da Vinci, que tem quatro “braços”. Três deles fazem cortes e manuseiam instrumentos cirúrgicos. O outro “braço” possui câmera que gera imagem em alta qualidade e permite ao cirurgião controlar os movimentos do robô.


Segundo Marcos Flávio, a técnica é bem menos invasiva. “A taxa de sangramento é bem menor, o paciente se recupera mais cedo, passa menos tempo internado, com menor dor, menor uso de medicamentos para analgesia, e se recupera mais precocemente”. Além disso, ele cita melhores resultados na manutenção da continência urinária e função erétil. (Eduarda Talicy) 

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