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O gatilho da ansiedade
Ciência e Saúde

O gatilho da ansiedade

Quando a ansiedade nos reduz a expectativas e se transforma em transtorno, é preciso buscar ajuda
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Os médicos Hans Selye, da Hungria, e Walter Cannon, dos Estados Unidos, propuseram um viés simples para explicar a evolução da humanidade. A teoria To fight or to flight (lutar ou voar, em tradução livre) fala de decisões que precisam ser tomadas rapidamente. No caso de encontrar um leão, diziam eles, seria preciso decidir, naquele instante, entre lutar ou fugir. “E isso é a ansiedade. Aquele instante antes de algo acontecer ou sensação necessária para tomada de decisões”, aponta o psiquiatra Fábio Gomes de Matos.


A ansiedade produz no nosso corpo o contrário da apatia: os batimentos cardíacos aumentam, a respiração fica ofegante, as pupilas se dilatam, os músculos recebem mais sangue. Se tivermos a felicidade de sobreviver à ameaça, quando perigo termina, tudo volta ao normal. O problema, segundo o médico, é que, hoje em dia, não existe só um leão: precisamos decidir entre fugir ou lutar todos os dias. E a constante necessidade de tomada de escolhas é que leva à extrema exaustão. “As pessoas ficam estressadas e deprimidas por conta do excesso de definição”, relata Gomes de Matos.

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O sentimento, então, todos nós, seres humanos, temos, em maior ou menor grau. “Ela é um mecanismo de defesa. É por causa dela que a gente se prepara para os desafios”, informa o psiquiatra Henrique Luz, que realiza atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Prefeitura. de Fortaleza Ele alerta, no entanto, para a linha tênue que divide a ansiedade comum da patológica. Quando passa a ter sintomas físicos mais graves, como disenteria, dores de barriga, taquicardia, é preciso procurar ajuda de um médico.


O problema está quando esse sentimento se transforma em sofrimento ou comoção aflitiva, ultrapassa os limites do aceitável e impede as pessoas de dar continuidade à rotina. “O gatilho da ansiedade como patologia se dá em diferentes níveis para cada um de nós. Ela é patológica quando impede a pessoa de fazer o que já é corriqueiro no dia a dia e atrapalha a pessoa de seguir a vida”, resume Luz. O transtorno de ansiedade e depressão, aliás, andam lado e lado e, muitas vezes, se confundem.


No Ciência & Saúde deste domingo, conheça maneiras de conviver e controlar a ansiedade. O caderno também traz histórias de pessoas que lutam contra os sintomas e as maneiras de transformar esse sentimento em algo benéfico para a sua vida. Boa leitura!


SINTOMAS


A ansiedade da estudante Bruna Andrade, 17, se manifesta até em ações simples de sua rotina, gerando preocupação excessiva e grande expectativa. Há situações em que Bruna sente sintomas físicos, como náuseas e corpo trêmulo.

 

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