Embora os Waiãpi tenham espingardas para caçar desde o primeiro contato com o governo, na década de 1970, eles ainda usam flechas, que são envenenadas. "Estas são as nossas armas para que não sejamos dependentes de armas não indígenas", disse Aka'upotye Waiãpi, de 43 anos.
Hoje os indígenas falam de resistência, mas sabem que a luta depende de outras armas. Há apenas cerca de 1.200 waiãpis espalhados pelas aldeias acessíveis a pé ou por rio. Eles mal podem monitorar, e muito menos proteger seu território. No último mês de maio, uma mina ilegal foi descoberta e fechada a menos de 2 km ao sul de Pinoty.
Jawaruwa Waiãpi, 31 anos, diz que métodos como lutar ou mesmo fugir para a floresta não funcionam mais. No ano passado ele foi eleito para a Câmara de vereadores de Pedra Branca do Amapari (Rede/AP), tornando-se o primeiro membro de sua tribo a ocupar um cargo político.
Ele diz que a persuasão pacífica é o único caminho viável agora.
"Temos outro caminho, outra estratégia, que é participar na vida política", afirma. "Hoje, não temos que lutar com flechas ou bordunas. Temos que lutar através do conhecimento, através da política, da nossa união... Esta é a nossa nova arma". (AFP)