Logo O POVO+
O melhor tratamento é aquele que é possível de executar a longo prazo
Ciência e Saúde

O melhor tratamento é aquele que é possível de executar a longo prazo

Acompanhamento multiprofissional e mudança progressiva na rotina são caminhos para bons resultados no tratamento
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

A perspectiva de mudar hábitos alimentares, passar a fazer atividade física e tomar medicamentos diariamente precisa de um plano progressivo, individualizado e acompanhado por equipe multiprofissional para ser duradouro, argumentam os médicos. Uma mudança de rotina repentina, em certos casos, pode dificultar a adesão ao tratamento.


“Saber que precisa mudar de hábitos por completo ao longo de toda uma vida gera muita dificuldade na adesão do paciente. Cabe a ele encontrar um ponto de equilíbrio entre restrição, deixar de fazer algumas coisas, e, por outro lado, não perder o prazer que ele tem em relação a alimentação, a alguns hábitos que ele gosta de ter”, propõe o endocrinologista, Roberto Zagury.


Caminhos para a mudança


“Qual a melhor dieta para um paciente com diabetes? É a que ele consegue fazer a longo prazo”, ressalta Zagury. O caminho, de acordo com o mestre em nutrologia e médico do esporte, é começar a dieta com modificações simples e um exercício que o paciente gosta. E, quando, estiver mais habituado, avançar para as modificações dietéticas mais difíceis.

[QUOTE1]

Segundo o médico de saúde da família do posto de saúde Maurício Matos Dourado, no Edson Queiroz, André Bonfim, a estratégia do autocuidado apoiado prevê que um grupo de profissionais auxilie, monitore e oriente o paciente. “A gente tá tentando implantar um modelo de atenção à condição crônica, que é ter acompanhamento com educador físico e nutricionista além das consultas com o médico e com o enfermeiro. Com momentos com a equipe multiprofissional para trabalhar a questão do autocuidado. Esse conceito traz uma ideia de um plano multiprofissional que vai ajudar a pessoa a estabelecer metas”, detalha.


No caso de doenças crônicas, a ideia não é uma dieta e sim uma mudança de hábitos de vida, afirma a nutricionista e educadora em diabetes, Letícia Fuganti. “Se a gente tentar passar para o paciente uma dieta restrita proibindo muitas coisas e dizendo que ele nunca mais vai comer um doce ou um fast food porque faz muito mal, é claro que ele não vai aderir ao tratamento”, argumenta.


Para a especialista, o ideal é que o paciente entenda que, no dia a dia, ele precisa de uma alimentação mais balanceada, mas “tentar ser um pouco menos restrito e deixar uma exceção”. “Orientar sobre o que fazer no caso de uma exceção, aí a gente tem uma chance muito maior de ter um sucesso para que ele consiga aderir durante e vida toda”, orienta. (Ana Rute Ramires)  

O que você achou desse conteúdo?