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É preciso investigar as causas
Ciência e Saúde

É preciso investigar as causas

Hormônio, inseminação ou fertilização? Cada técnica tem indicações e resultados diferentes. Causas de infertilidade podem ser masculinas ou femininas
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Reprodução assistida são todos os métodos de tratamento para auxiliar quem tem dificuldade de engravidar. O mais básico é a indução de ovulação, feita a partir de uma consulta com o ginecologista, que indica medicações que contenham hormônios e substâncias com efeito de estimular a manifestação de hormônios naturais. De acordo com o médico especialista em reprodução humana, Fábio Eugênio, a grande maioria das mulheres que não apresentam períodos de ovulação têm a síndrome de ovários policístico. “Essas mulheres normalmente não conseguem ovular e consequentemente não engravidam”, explica.

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O tratamento intermediário é a inseminação artificial, que além da estimulação ovariana, conta com o preparo do sêmen e sua inserção no útero. “No dia em que a mulher está ovulando, pegamos o sêmen do marido e colocamos dentro do útero. Facilita e sincroniza o encontro dos espermatozoides com os óvulos”, detalha o especialista. Falhas no processo de indução, casos de endometriose e de fatores masculinos leves são, conforme Fábio, indicações comuns a este tipo de tratamento.


Na fertilização in vitro, método que surgiu há aproximadamente quarenta anos, também conhecido como “bebê de proveta”, os óvulos são retirados do ovário da mulher e unidos aos espermatozoides (que podem ter sido derivados de ejaculação ou retirados de dentro do testículo) em laboratório, formando um embrião. Esse embrião, dias depois, é então colocado no útero da mulher. “É o tratamento mais especializado e que dá melhores resultados”, considera Fábio Eugênio.

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A fecundação que aconteceria na trompa da mulher é realizada em laboratório, com uma análise e o monitoramento sobre a formação celular daquele embrião que chegará ao útero em cerca de seis dias.

Infecções nas trompas são um dos principais fatores que podem dificultar que a gravidez aconteça. A medicina reprodutiva vive um avanço de tecnologia que permitiu aumento de até 25% nas chances de sucesso por tentativa. Hoje, cada tentativa tem aproximadamente 70% de chances de sucesso, segundo Fábio.


Infertilidade


As causas da infertilidade podem estar entre as mulheres e os homens, de forma proporcionalmente bem parecida. Especialistas ponderam que, hoje em dia, em 40% dos casos, a dificuldade é por fatores femininos, em outros 40% de fatores masculinos e 20% de ambos. Para a mulher, entretanto, o fator idade se sobrepõe. Os ovários de mulheres de idade superior aos 30 anos, que farão a fecundação dos espermatozoides, estiveram com ela desde sempre. No caso dos homens, a renovação dos espermatozoides é de 70 dias, em média.


Segundo a ginecologista e obstetra Marjorie Mota, os fatores masculinos são mais fáceis de diagnosticar, exigem apenas realização de um espermograma — exame que detalha quantidade e qualidade dos espermatozoides. Os fatores da mulher são variáveis. “Problemas com tireoide, que pode alterar a produção hormonal; deficiência de vitamina D, que pode ter relação com não ovulação; ultrassonografia para investigar as trompas...” exemplifica. Complicações nas trompas também são comuns, com diferentes alterações e, na maioria dos casos, há a indicação para fertilização in vitro.


Na inseminação, a desobstrução das trompas é algo essencial para que o processo tenha sucesso. Doenças inflamatórias pélvicas, como a endometriose, podem causar essa obstrução. “Aquele tecido que menstruamos todo mês é o endométrio. Por algum motivo, que os estudos ainda não dizem totalmente se genéticos ou imunológicos, esse tecido se implanta na parede uterina, nas trompas e em outras partes do abdômen. O ovário pode ficar fibrosado e o endométrio com dificuldade de implantação”, explica a médica.


A síndrome ovulatória — ou ovário micropolicístico —, problema hormonal que estimula o aparecimento de cistos (que seriam liberados durante a menstruação), é outro fator que pode contribuir para a dificuldade em engravidar. “Na maioria das vezes conseguimos traduzir com tratamento hormonal, regula o ciclo menstrual, ovula e dá certo”, destaca a especialista. O mioma é um tumor benigno da parede uterina, mas que pode causar problemas a depender da sua localização; enquanto os pólipos uterinos podem gerar dificuldades na hora de implantação do embrião. (Sara Oliveira)

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