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Reconhecer que é Pai
Ciência e Saúde

Reconhecer que é Pai

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Mesmo que não haja o puerpério, o contato com a pele e o apoio durante a infância, a paternidade pode ocorrer. É mais tarde, talvez não seja mais com os mesmos afetos e realizações, mas é suprida uma demanda emocional que só filho e pai podem julgar. Em 2016, a Defensoria Pública do Ceará recebeu 113 pedidos de oferta de alimentos e 79 de reconhecimentos de paternidade. Este ano, foram 65 ofertas e 32 reconhecimentos. Todos os pedidos foram feitos pelos pais.


“Eu não tenho mais a minha mãe, então queria me registrar no nome dele”, conta Paula Regina de Melo, que pediu reconhecimento paterno através do projeto Pai Presente, instituído pela Corregedoria Geral da Justiça do Ceará. Questionada sobre o que é ter um pai, Paula afirma: “nem sei dizer, acho que é ele estar presente ali comigo, falando comigo, ter uma pessoa para conversar. Pode ser um passo para construir uma relação mais próxima com ele”, conta.


Para o pai, o caminhoneiro Francisco Gildo de Sousa, 45, o ser pai parece também não ser um conceito íntimo. Pai de sete filhos, diz que só tem contato diário com uma, a mais nova, de 12 anos. “Eu passava mais tempo na estrada mesmo, passava até um mês no meio do mundo”, justifica. Disse que sempre sabia sobre a paternidade de Paula, mas que uma briga com a avó da menina o impediu de ser mais presente. “Eu estou sempre visitando, vou na casa deles. Melhor era ter ficado perto, mas não tinha como”.

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