Já imaginou um carro que se guia sozinho, sem motorista, e toma as melhores decisões de percurso? Ou um robô que é capaz de realizar atividades domésticas de acordo com a necessidade da casa? Sim, você já deve ter visto isso em filmes, séries ou mesmo alguma reportagem.
A questão é que estamos cada vez mais próximos de ter contato com esse e outros tipos ainda mais complexos de tecnologia. E a grande responsável por isso é a área da Inteligência Artificial: estudos da ciência da computação que basicamente tentam fazer, por meio de programação e algoritmos, com que máquinas pensem e ajam como humanos.
Ao mesmo tempo em que essa conversa parece antiga — a exemplo do desenho animado Os Jetsons, exibindo a família futurista pela primeira vez no Brasil em 1963 —, as pesquisas a respeito da Inteligência Artificial avançam em velocidade significativa. Na verdade, o futuro é bem pertinho e, em menor grau, a IA já nos rodeia. Sem perceber, você já deve ter sido atendido online por um robô. A própria Siri, da Apple, usa dispositivos de Inteligência Artificial para responder às perguntas.
“A IA contribui para entender a mente humana, os passos e a complexidade desenvolvida para que determinada atividade seja realizada. O objetivo é fazer com que computadores implementem habilidades que todo mundo diria que só os homens seriam capazes.
Você pode conseguir fazer um computador raciocinar, reprovar teoremas, coisas do tipo”. É o que explica o professor do programa de pós-graduação em informática aplicada da Universidade de Fortaleza (Unifor) e presidente da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), Tarcísio Pequeno.
Tarcísio é um dos precursores nesse tipo de pesquisa no Ceará e no Brasil, iniciando esses estudos na década de 1970 e participando da criação do Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade Federal do Ceará (LIA-UFC), em 1980. “Naquela época era ficção científica, mas hoje todas as grandes empresas da área de tecnologia da informação estão investindo pesadamente em IA, que passou a de fato ter uma importância prática e a ponto de poder render dinheiro”.
Ele ressalta sobretudo uma técnica chamada Big Data (grandes dados), que é a capacidade de computadores armazenarem o enorme volume de dados que produzimos para as redes e a partir daí prever melhor que nós mesmos nossos comportamentos de consumo, por exemplo. O professor sinaliza avanço no uso de IAs para fins comerciais, militares e até medicinais.
Nesta edição, o Ciência&Saúde traz pesquisa sobre os impactos da Inteligência Artificial para as novas gerações, o uso da tecnologia em aulas de robótica para crianças e o que já temos desse tipo de inteligência em pesquisas no Ceará.