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Modulação hormonal é dopping
Ciência e Saúde

Modulação hormonal é dopping

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Em busca de esculpir o corpo e de ter resultados estéticos e de desempenho mais rápidos, há quem se valha de uma prática conhecida como modulação hormonal, que consiste em manipular hormônio — principalmente GH (hormônio do crescimento) e testosterona. Se a curto prazo os benefícios, como aumento de massa magra, diminuição do percentual de gordura, aumento da disposição, redução da fadiga, e melhora da performance competitiva atraem adeptos, a médio e longo prazo a estratégia pode causar consequências severas ao corpo.


A médica endocrinologista Rebeca Pinheiro explica que há alterações endocrinológicas que podem ser tratadas com manipulação de hormônios para correção de patologias. “Mas o que se tem visto é o uso para fins estéticos, de performance ou para protelar um envelhecimento. Essa prática pode ser mais deletéria do que benéfica, podendo levar a infertilidade, alterar a composição sanguínea, deixando o sangue mais espesso, aumentar pelos, alterar a voz, causar acne, apneia do sono e danos hepáticos”, enfatiza, afirmando que a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e demais entidades médicas nacionais e internacionais não aprovam a prática.


Ainda mais categórico, o médico presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, Ivan Pacheco alerta: modulação hormonal é dopping e pode levar a câncer de fígado.


Há, no entanto, formas de potencializar o resultados dos exercícios sem lançar mão de modulação hormonal. Além de ter alimentação com bom aporte de proteínas, a endocrinologista ensina que, com o devido acompanhamento das funções renais e hepáticas, é possível suplementar de forma segura – com creatina, BCAA e whey protein. (Domitila Andrade)



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