“A gente tem mais dificuldade com o aluno pra ele descansar, do que pra ele vir treinar. Nem é só pelo vício em endorfina. É que existem pessoas que acham que se não treinarem não vão evoluir. Algumas pessoas querem treinar duas, três vezes por dia. Temos um dia que não tem o treino normal. É um dia off, que o aluno trabalha valências separadas. Mas é preciso manter na rédea curta. E eu sempre digo a eles: escolha o dia de descanso, antes que o descanso escolha você”, explica a coach Beatriz Mesquita, sócia do Jangada Porão.

Exemplo disso é a gerente de marca Ticiana Albuquerque, 34, que ao longo da vida já se dedicou a jazz, sapateado, balé e treino funcional. O crossfit trouxe equilíbrio no percentual de massa magra e acentuou o gosto por competição. “Todo dia você coloca o resultado no quadro, faz uma comparação e vê como pode melhorar”, conta, admitindo que, se não fosse o olhar atento dos professores, a gana por ir sempre além poderia tê-la prejudicado.

“Se não houvesse a coach, eu só pararia quando já estivesse em um limite não saudável”, diz, citando as recomendações para ter dia de descanso.

Beatriz explica que a recuperação da musculatura e da energia dependem do descanso. “Os ganhos, todos os benefícios que tem no crossfit, se estabelecem no corpo na hora do descanso, não é no treino. Na hora do treino, ele aquece. No descanso, ele volta pra homeostase e vai recuperar a musculatura, energia e se adaptar para a próxima intensidade. É extremante importante”, sentencia. (Domitila Andrade)