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O consumo de milho não estimula a produção de leite materno
Ciência e Saúde

O consumo de milho não estimula a produção de leite materno

É mito acreditar que o consumo de milho estimula a produção de leite materno. Mas o produto pode ser incluído na dieta por ser um alimento saudável
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O uso do milho para o estímulo da produção de leite materno é um dos mitos que se sedimentaram com o passar dos tempos. O conselho chega a estar em livros de medicina alternativa e na internet, mas não é verdade.


A nutricionista Julyanne Torres Frota, do banco de leite da Maternidade Escola, diz que a única maneira de melhorar a produção é o estímulo da glândula mamária pela sucção do bebê ou por massagens feitas nos seios. Segundo ela, o milho pode ser inserido na dieta das lactantes porque constitui um alimento saudável, e não por conta da amamentação.


A opinião é partilhada por Karin Ballay, conselheira em aleitamento materno do espaço Mãe do Corpo. “A produção de leite é algo hormonal. Não existe alimento que estimule”, desmitifica. Karin diz que existem até algumas ervas que podem estimular a liberação de hormônios da lactação, mas o resultado não é obtido por meio da alimentação com milho e nem com rapadura, outro mito por aí disseminado.


Culinária

Mesmo com produção nacional e de fácil acesso, os produtos feitos à base de milho ainda são pouco explorados. Um dos indícios disso é o pouco uso da farinha de milho como algo realmente introduzido na culinária brasileira.

 

“Com o trigo, você vê uma produção de tudo quanto é jeito. Tem pastel, bolos, salgadinhos... Com o milho, não. A farinha de milho é pouco usada. Só existe no cuscuz”, explica o professor Cláudio Ernane Mendes, do Departamento de Engenharia de Alimentos da UFC.


De acordo com o especialista, o potencial do cereal ainda é pouco explorado. “As pessoas investigam pouco. A farinha de milho é nossa. É um produto tropical, a produtividade é maior no nosso clima”, comenta.


Para o nutricionista Thiago Queiroz, faltam investimentos e ações educativas para encorajar esse consumo. “É uma forma de explorar os sabores e as possibilidades de um produto que pode ter um custo-benefício mais vantajoso em comparação com a farinha de trigo. O desafio é a gente tentar trazer esse resgate da cultura alimentar”, propõe. (Rômulo Costa)

 

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