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O que a mulher deve saber antes de começar a fazer reposição hormonal
Ciência e Saúde

O que a mulher deve saber antes de começar a fazer reposição hormonal

Para muitas, a menopausa é sinônimo de mal-estar e problemas na vida sexual. A busca para reaver o prazer passa pelo psicológico e hormonal
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Após um ano sem fluxo menstrual, a mulher já pode dizer que entrou na menopausa, período fisiológico onde os ciclos ovulatórios são encerrados. A produção dos hormônios estrogênio e progesterona fica desequilibrada e o corpo vive, a partir daí, sintomas que precisam ser monitorados. Mesmo antes de a menopausa ser diagnosticada, as mulheres já sentem os efeitos desse desequilíbrio, no período definido como climatério. Por muito tempo, passar dos 40 anos foi sinônimo de mal-estar, sofrimento e perdas. Por isso a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) foi e ainda é revolucionária.


“Geralmente começamos no período perimenopausa, quando a mulher não está totalmente zero de hormônio. Aí começa a repor e o organismo nem chega a sentir falta de forma mais intensa”, resume a endocrinologista Cristina Façanha, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). A especialista, entretanto, alerta que a menopausa é um processo natural e a terapia deve ser individualizada. “A reposição não é feita pelo tratamento em si, mas pela pessoa”, frisa.


Onda de calor, irritabilidade, ressecamento vaginal, dor no ato sexual, menos memória, capacidade de atenção alterada. São alguns dos sintomas que, quando afetam a qualidade de vida, precisam ser observados. “Também em mulheres em que a falta de hormônios leva a outras doenças, como perda de massa óssea, que causa risco de quedas. E quando ocorre alteração dos lipídios, que causa doença cardiovascular”, diz.

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Antes de qualquer indicação, a especialista afirma que é preciso listar os riscos identificados. Exames laboratoriais, história familiar, hábitos de vida... tudo é analisado e, a partir de uma decisão que junta ginecologista, mastologista e cardiologista, a mulher pode começar a reposição hormonal. “Vemos se há mulheres com câncer de mama na família, qual o tipo, se era um hormônio dependente, se era parente de primeiro grau. Se tem histórico de AVC (Acidente Vascular Cerebral), se já teve algum tromboembolismo prévio, na gravidez ou no pós-parto”, detalha Cristina Façanha.


Duração da terapia

Protocolarmente, a TRH deve ser feita por no máximo cinco anos. Entretanto, de acordo com a ginecologista Marjorie Mota, “o coração pode mandar fazer até por dez anos”. Depois, é “por conta e risco”. A médica destaca que, na grande maioria dos casos, a maior parte dos sintomas não volta após o fim da terapia. “A secura vaginal volta, porque ela é estrogênio-dependente. A não ser em mulheres com um índice corporal maior, porque a gordura tem um componente que se transforma em estrogênio”, detalha.

 

E a individualização deverá interferir em qual tipo de terapia pode ser feita. De acordo com a ginecologista, se a queixa da mulher é apenas o calor, além da reposição, pode ser indicado uso de antidepressivos. Se o sintoma mais severo for a falta de lubrificação da vagina, a reposição não precisa ser sistêmica, pode-se indicar um creme com absorção vaginal. “É uma conversa e uma decisão de vida. Hoje temos um pool de opções e a primeira coisa que eu diria à mulher que vai entrar na menopausa seria repensar sua vida”, destaca. Marjorie fala de prática de atividades físicas, alimentação saudável e exercícios cognitivos. (Sara Oliveira)

 

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