Cerca de dez pessoas trabalham no projeto do nanossatélite Sacode atualmente. Fora o coordenador, um aluno do doutorado, outro de mestrado e um engenheiro, todo o resto da equipe é de graduandos em Engenharia da Computação. Os olhos de cada um deles brilham quando falam sobre o projeto. Foram eles que, mesmo com adversidades, abraçaram o projeto. "Eu não escolhi o Sacode, foi ele que me escolheu", brinca Guilherme Alves.

Guilherme é estudante do 7° semestre de Engenharia da Computação e está na equipe desde o início, em 2017. Ele chegou a quase desistir do projeto, pois precisava de bolsa para permanecer na Universidade. Como o Sacode ainda não dispunha de ajudas de custos, ele precisou recorrer a outras bolsas. Por sorte, foi realocado no Centro de Tecnologia, o que o deixou mais próximo do Lesc e do nanossatélite.

Rodrigo Lima e Michelly Karen, assim como Guilherme, fazem parte do Sacode desde o começo. Única mulher do grupo, Michelly é incisiva ao dizer que a Engenharia ainda é pouco ocupada por mulheres, o que não é diferente em outros ambientes como laboratórios e conferências. "É um público majoritariamente masculino, mas, não necessariamente em qualidade", brinca a universitária. Ela percebe que isso é consequência de um contexto histórico, mas não deixa de se sentir frustrada.

Madson Holanda, Leonel Maia e Gabriel da Rocha entraram na equipe ano passado. Eles já vinham desenvolvendo outros projetos dentro do curso. Durante a entrevista, os estudantes relembraram as dificuldades do começo do projeto, inclusive preconceito sofrido por serem do Nordeste. Ainda assim, ressaltam a importância que o Sacode tem para a comunidade científica e para a população.

Os dados coletados pelo nanossatélite podem servir como análise de solo e clima de regiões onde chove pouco. Além disso, é um grande passo para que pesquisas nacionais possam ser mais reconhecidas e impulsionadas.