Na manhã deste sábado, 17, a dona de casa Cleline Rodrigues, 34, levou o pequeno Alexandre Filho, de dois anos, ao posto de saúde Paulo Marcelo, no Centro. O objetivo era que a criança tomasse a vacina antirrábica, após ter sido mordida por um cachorro na última quarta-feira, 14. Além disso, ela também aproveitaria o “Dia D” da Campanha de Vacinação contra Poliomielite para garantir a proteção do filho contra a paralisia infantil. No domingo, as unidades Paulo Marcelo, no Centro, e Messejana estarão funcionando das 8h às 17 horas exclusivamente para imunização.

Apesar do receio por conta da pandemia, Cleline aponta a importância de manter a caderneta de vacinação do filho em dia. “Não perco nenhuma campanha”, afirma. Ontem, 17, foi o “Dia D” de mobilização nacional, mas a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação teve início em 5 de outubro e segue até o próximo dia 30.

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), no “Dia D”, a vacinação ocorre em 144 locais da Capital, incluindo postos de saúde e pontos estratégicos montados em escolas, supermercados, igrejas e associações. “A ampla oferta visa evitar aglomerações durante a data”, apontou a pasta, em nota. 

“A poliomielite, pólio ou paralisia infantil é uma doença grave que pode comprometer a musculatura e levar à atrofia, principalmente nos membros inferiores. O poliovírus continua circulando no mundo, em dois países, Afeganistão e Paquistão, e, enquanto tivermos a circulação do vírus, precisamos continuar vacinando nossas crianças”, alerta Vanessa Soldatelli, coordenadora de imunização da SMS, em vídeo disponibilizado à imprensa.

Campanha contra o sarampo

Até o final de outubro, também estará sendo realizada a campanha de vacinação contra sarampo, com foco nas pessoas de 20 a 49 anos de idade. O público dessa faixa etária que não tomou as duas doses da vacina ou que estava com o esquema vacinal incompleto, deve procurar uma unidade de saúde.

O educador físico Paulo Santiago, 25, compareceu ao posto Paulo Marcelo na manhã deste sábado para tomar três vacinas que estavam faltando. O contexto da pandemia e a espera de toda a população por uma vacina contra a Covid-19 o conscientizaram sobre a importância de aderir aos programas de imunização já existentes. "Se há uma proteção, por que não (tomar)? A gente perde um tempinho, vem ao posto e se previne por cinco, oito, dez anos... e evita que gere problema futuramente”, afirmou.

Serviço essencial, a vacinação continuou sendo oferecida mesmo com as medidas de isolamento social adotadas para a prevenção da Covid-19. Porém, a população buscou menos esse serviço em todo o País. Apesar de no Ceará a situação ser menos grave que a nacional, 81,3% das crianças estavam imunizadas no Estado até agosto. No mesmo período de 2019, o percentual era de 98,72%.

Coordenadora do posto Paulo Marcelo, Maria José Carvalho destaca a importância da vacinação, mesmo nesse cenário. “Independentemente da pandemia que ainda estamos vivendo, as crianças têm outras vacinas que têm que ser cumpridas”, afirma. Ela explica que foram separadas três salas: uma pra adultos, outra voltada à faixa etária de recém-nascido até dois anos e a terceira para crianças a partir dos três anos de idade, além de ser disponibilizado álcool nas salas.

O número de pessoas que entra na unidade também está sendo limitado. “Para isso, tem um rapaz vendo a temperatura na entrada e orientando”, afirma. Em parte da manhã do sábado, porém, a reportagem observou que não estava sendo realizada a aferição da temperatura.

Em nota, a SMS afirmou que “as unidades atendem as normas sanitárias de combate à Covid-19 e seguem os protocolos da nota técnica do atendimento ambulatorial do estado do Ceará”. Além disso, a pasta ressaltou que “os protocolos das unidades de saúde são distintos dos locais de lazer, que incluem aferição de temperatura na entrada do estabelecimento”.

A multivacinação tem objetivo de atualizar a situação vacinal de menores de 15 anos. Segundo informações do Ministério da Saúde, serão ofertadas todas as vacinas do calendário nacional de vacinação da criança e do adolescente, e os estados poderão solicitar reforço em estoques caso seja necessário. Tanto a Sesa quanto a SMS garantiram o abastecimento. (Colaborou Ítalo Cosme)