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Moradores criticam demora nas obras de polo de lazer no Conjunto Ceará
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Moradores criticam demora nas obras de polo de lazer no Conjunto Ceará

Quebradeira no local e falta de luz são as principais reclamações. Comerciantes estão sem trabalhar
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POLO LUIZ GONZAGA: quatro operários trabalhando, material de construção encostado e tratores parados (Foto: Alex Gomes)
Foto: Alex Gomes POLO LUIZ GONZAGA: quatro operários trabalhando, material de construção encostado e tratores parados

Os moradores do Conjunto Ceará ainda aguardam a entrega das obras de requalificação do Polo de Lazer Luiz Gonzaga. A ordem de serviço da obra foi assinada em 12 de junho de 2018 pelo governador Camilo Santana (PT) e o prefeito Roberto Cláudio (PDT), durante evento no próprio Polo. Na ocasião, foi anunciado que o espaço contaria com quadra poliesportiva, quadra de areia para vôlei, academia, parquinho, pista de skate, anfiteatro, quiosques e cachorródromo.

No portal Ceará Transparente, consta que a data prevista para o término da obra é 1º de abril de 2020. Por enquanto, os frequentadores do local se deparam com matagal e acúmulo de material de construção. Dois tratores estão encostados sem uso. O POVO visitou o local na terça-feira, 9, e registrou apenas quatro trabalhadores na obra, sem utilização de maquinário. Um número muito pequeno para uma obra em um espaço de 30 mil metros quadrados, critica Marcos Rodrigues, comerciante e presidente do Centro Cultural Patativa do Assaré. De acordo com ele, o trabalho foi retomado há cerca de uma semana. "Para fazer isso, eles interromperam a vida dos bares daqui", lamenta.

A comerciante Jocélia Alves, vice-presidente da Associação de Empreendedores do Polo, também dispara críticas. Ela afirma que foi proposto, em reunião com a Casa Civil, que os comerciantes trabalhassem temporariamente em contêineres fornecidos pelo Estado — o que não foi feito.

"Você não tem para onde correr. A minha renda mensal vem daqui. Eu pago aluguel, sou mãe de cinco filhos, que crio sozinha", desabafa Jocélia. "O que a gente exige é apenas espaço para poder trabalhar enquanto a obra é executada e garantia do retorno". Cerca de 18 quiosques funcionam no local.

Outra crítica da comunidade é de que a energia foi cortada, deixando o espaço às escuras. A falta de iluminação afetou, inclusive, manifestações culturais que eram realizadas no local, como reggaes. Movimentos sociais até realizaram atos de protesto pela situação. No mês de junho, diversos saraus foram realizados no espaço.

A Superintendência de Obra Públicas (SOP) limitou-se a informar que as obras no local estão em andamento e que, atualmente, ocorre negociação com permissionários instalados no local para liberação do espaço onde serão feitas intervenções. A SOP não respondeu sobre as críticas com relação à iluminação e a promessa mencionada pelos comerciantes para provisão de contêineres. No Diário Oficial do Estado, na edição do último dia 7 de junho, consta que, em maio passado, foi ampliado, em mais 240 dias, o prazo para execução do contrato referente à obra. (Colaborou Gabriel Lopes/Especial para O POVO)

 

Valores

A obra está orçada em R$ 4.091.535,99. Já foi empenhado R$ 295.777,49, conforme o Ceará Transparente

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