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Oficinas de artesanato estimulam uso de material reciclável
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Oficinas de artesanato estimulam uso de material reciclável

| Capacitação | Iniciativa da Cagece, o Reciclocidades também ensina o descarte correto dos resíduos e já beneficiou 20 mil pessoas. Participantes aprendem a produzir bolsas e bijuterias, entre outros itens
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Equipe de capacitação das oficinas do Reciclocidades (Foto: divulgação)
Foto: divulgação Equipe de capacitação das oficinas do Reciclocidades

Criado em 2009, o programa Reciclocidades já formou 22 grupos produtivos. A iniciativa, da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), consiste na oferta de oficinas socioambientais para comunidades. A partir delas, as pessoas aprendem o descarte correto de resíduos sólidos ao mesmo tempo que confeccionam artesanato com o material. Em dez anos, são mais de 20 mil pessoas beneficiadas.

Os locais escolhidos para receber o projeto são diversos e Waleska Gurgel, coordenadora de responsabilidade social da Cagece, reconhece que muitos bairros é que procuram a companhia para participar do Reciclocidades. Atualmente, Canindezinho, Messejana, Jangurussu e Vila União são os bairros com o programa em execução, além de Maracanaú.

Maria Salete de Sousa, que conheceu o Reciclocidades após visita de duas técnicas da Cagece, é um das moradoras do Genibaú que participou das oficinas do programa e depois passou a integrar o Grupo Produtivo do bairro. Por dois anos, ela aprendeu a transformar "lixo em renda", como a própria artesã reconhece. "O material que iria pro lixo, a gente aproveita. Ele deixa de ser lixo e nos traz um retorno e é muito gratificante pra gente esse trabalho", complementa.

Mesmo após o encerramento do curso de artesanato, Salete, 58 anos, continuou confeccionando peças que foram responsáveis por parte importante de sua renda. À época do grupo, Salete conta que chegou a ganhar R$ 600 por mês com a venda dos produtos. A partir dos materiais recicláveis, os participantes do Reciclocidades produzem bolsas, tapetes, bijuterias e almofadas, por exemplo.

Hoje, a moradora de Genibaú é autônoma e trabalha na produção de material a partir de reciclagem sob encomenda. Os produtos produzidos por ela já foram vendidos até fora do Brasil, em países como Itália e Estados Unidos. O filho, que mora em Chicago (EUA), costuma levar as encomendas da mãe e conta que "o povo de lá fica admirado em como a gente consegue transformar um material desse (material reciclável) em um produto". Salete também é costureira e atua na secretaria da associação comunitária.

Para além do impulsionamento econômico, a coordenadora Waleska conta que o programa tem transformado outras áreas da vida das pessoas que participam, sendo na maioria mulheres. "Ao mesmo tempo que a gente trabalha (com elas) o jeito certo de descartar o resíduo, elas transformam aquilo em artesanato, que gera renda e melhora a autoestima", explica.

Hoje, o programa conta com sete grupos produtivos e atua nos três pilares da sustentabilidade, diz Waleska: atua no meio ambiente, pelo descarte correto de resíduos e reutilização desses materiais; no social, porque consegue promover a inserção de pessoas no descarte correto e produção de artesanato, melhorando a autoestima e socialização delas; e na economia, porque gera renda para famílias.

Os produtos confeccionados a partir dos grupos do Reciclocidades são vendidos em diversos lugares, como eventos, paradas de ônibus, na sede da própria Cagece. À medida que os grupos vão se tornando autônomos, novos grupos produtivos são formados.

Cadastro

O contato para pedir que o projeto atenda uma comunidade deve ser feito pelo telefone (85) 3101.1747

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