Logo O POVO+
Óbitos por câncer de pulmão crescem quase 19% no CE
CIDADES

Óbitos por câncer de pulmão crescem quase 19% no CE

| Dia Mundial Sem Tabaco | Em 2014, 1.005 pessoas morreram de câncer de pulmão no Estado. Em 2018, o número de óbitos chegou a 1.194
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
 (Foto: )
Foto:

O número de mortes ocasionadas por câncer de pulmão subiu 18,8% em cinco anos no Estado. Segundo dados da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em 2014, a quantidade de óbitos do tipo chegou a 1.005 pessoas. Em 2018, o número saltou para 1.194. A principal fator de risco para a neoplasia pulmonar está associada ao tabaco. Nesta sexta, 31, Dia Mundial Sem Tabaco, uma programação na sede da Escola de Saúde Pública do Ceará alerta para os riscos do fumo, que está associado não somente ao câncer de pulmão, mas a várias outras doenças.

O fumante não necessariamente vai ter uma doença por causa do tabagismo. "Mas é importante enfatizar que o vício é o principal fator de risco para doenças respiratórias, como o câncer de pulmão e bronquites crônicas", explica a médica pneumologista Penha Uchôa. Ela alerta que o tipo de neoplasia associada ao pulmão é o segundo tipo de câncer, no Brasil, que mais mata mulheres e homens.

Coordenadora do Programa de Controle ao Tabagismo, do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, Penha alerta que o cigarro não está associado somente ao câncer de pulmão. Tumores malignos de boca, laringe, esôfago, além do enfisema pulmonar também estão ligados diretamente ao tabagismo. "O fumo também é um fator de risco grande para doenças cardiovasculares, como o infarto no miocárdio. Também está associado a distúrbios de colesterol e ao diabetes mellitus", informa.

O epidemiologia Alfredo Scaff, consultor da Fundação do Câncer, instituição sem fins lucrativos, criada em 1991, no Rio de Janeiro, não tem dúvidas em dizer que enquanto houver fumantes haverá câncer de pulmão. A organização é responsável por captar recursos e investir em prevenção, diagnóstico precoce, assistência, programas e projetos relacionados a transplante de medula óssea e sangue de cordão umbilical, cuidados paliativos e pesquisa. "Alguns tipos de gases da poluição ambiental tem sua parcela de responsabilidade", pondera.

Claudete batista, 72, ex-freira, é voluntária do Programa de Controle do Tabagismo do Hospital de Messejana. Ela começou a fumar porque, na juventude, se tinha a ideia de que o cigarro era algo charmoso. "Sou casada com um padre e ele detesta cigarros. Fumava e, para disfarçar, me enchia de perfume. Hoje, me alegro de ter conseguido parar", conta.

O que você achou desse conteúdo?