Logo O POVO+
134 tartarugas de espécie ameaçada de extinção nascem na Praia do Futuro
CIDADES

134 tartarugas de espécie ameaçada de extinção nascem na Praia do Futuro

Somente ontem, 22 ovos eclodiram. Voluntários de um projeto de extensão da UFC e Uece monitoram o nascimento dos animais
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
FÊMEAS DA ESPÉCIE formam ninho entre dezembro e junho  (Foto: Tatiana Fortes)
Foto: Tatiana Fortes FÊMEAS DA ESPÉCIE formam ninho entre dezembro e junho

Dois dias após 112 tartarugas-de-pente (Eretmochelys imbricata) nascerem na Praia do Futuro, outros 22 ovos eclodiram ontem. O encontro dos filhotes com o mar ocorreu na tarde desta quinta-feira, 30, por volta de 13h30min, na altura da barraca Arpão.

Os ovos dos animais foram encontrados no último dia 31 de março em área próxima à linha de maré, o que poderia colocar o ninho sob risco de alagamento. Com ajuda do Corpo de Bombeiros, voluntários do Grupo de Estudos e Articulações sobre Tartarugas Marinhas do Instituto Verdeluz (Gtar-Verdeluz) resgataram os ovos no último dia 3 de abril e colocaram em zona da praia segura para monitoramento, protegida das águas, dos animais e dos banhistas.

Ao todo, foram postos 179 ovos. Até agora, 134 já eclodiram. Outros 45 seguem no local. As tartarugas-de-pente são a espécie de tartaruga marinha mais ameaçada de extinção, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza.

De acordo com a estudante de Oceanografia Débora Melo, voluntária do Gtar-Verdeluz, essa espécie demora entre 45 a 70 dias para nascer. Em Fortaleza, as fêmeas formam ninho principalmente na orla da Praia do Futuro e da Sabiaguaba nos meses de dezembro a junho.

"É preciso ressaltar a importância do reconhecimento pelos órgãos públicos de que Fortaleza é área de desova de tartarugas marinhas. É necessário a implementação de políticas públicas em prol da conservação desse animais ameaçados de extinção", afirma Débora.

Na tarde de ontem, as tartarugas foram retiradas do ninho sob olhares curiosos de crianças e seus pais. Os 22 animais foram transportados para área próxima ao mar. De acordo com Débora, eles não podem ser colocados diretamente na água porque memorizam a localização do nascimento e voltam a mesma região décadas depois, já adultos, para a desova. A caminhada também ajuda na preparação dos bichos para o encontro com as águas.

A estudante explica que, ao se deparar com filhotes, o ideal é deixá-los caminhar sozinhos. Caso o animal tente ir em direção contrária ao mar, o indicado é direcioná-lo com uma lanterna para a rota mais segura.

 

O que você achou desse conteúdo?